Guilherme de Oliveira Martins, coordenador nacional do Ano Europeu do Património Cultural, quer usar as receitas dos jogos da sorte para financiar o restauro do património português.
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É um projeto francês, mas pode bem chegar a Portugal. O governo de Emmanuel Macron lançou na semana passada a lotaria do Património. O conceito passa por vender raspadinhas e lotarias para financiar o restauro de monumentos franceses. O governo francês espera arrecadar entre 15 a 20 milhões de euros com a ideia, que será posta em prática em setembro.
Guilherme de Oliveira Martins, coordenador nacional do Ano Europeu do património cultural, garante que a ideia é boa e quer propô-la aos Jogos Santa Casa já na próxima semana. "Em Portugal penso que faz sentido e a minha ideia é apresentar à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa esta ideia de modo a que tecnicamente ela seja exequível", revelou à TSF.
Oliveira Martins explica que o objetivo é aliar o jogo "à possibilidade de orientar determinado tipo de tiragens para a proteção e salvaguarda do património, sobretudo aquele que não está coberto por financiamentos públicos".
Seja património público, privado ou social, Guilherme de Oliveira Martins defende que o mais importante é que monumentos, sítios e tradições não fiquem ao abandono. "A nossa preocupação fundamental neste momento é mobilizar recursos para garantir que o património é protegido e que podemos aliar a inovação e investigação científica, designadamente das nossas universidades, relativamente à melhor proteção possível de um património que é riquíssimo", referiu.
O coordenador do Ano Europeu do Património diz que ainda é cedo para falar em valores concretos, mas acredita que um projeto deste nível pode angariar cerca de 20 milhões de euros.
Contactada pela TSF, a Santa Casa da Misericórdia lembra que os beneficiários dos jogos sociais são decididos por decreto-lei.