Pôr comida na mesa ou pagar a casa? CGTP defende "norma-travão" para as rendas
Isabel Camarinha diz que portugueses não podem sujeitar-se a mais aumentos nos custos da habitação.
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A CGTP reuniu esta manhã com a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, para discutir o tema das rendas e defendeu a criação de uma "norma-travão".
À saída da reunião, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, revelou aos jornalistas que apelou ao Governo que "não haja qualquer aumento das rendas em 2024".
"Não pode ser. As pessoas não podem ser obrigadas agora a enfrentar mais um aumento da habitação num país em que o custo da habitação é dos maiores da Europa."
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"Não se compreende, com os salários baixíssimos que nós temos, com as pensões baixíssimas que nós temos, como é que temos o preço das casas ao nível em que está", lamenta a secretária-geral da CGTP, lembrando que haja "milhões" de portugueses "confrontados com a necessidade de escolher entre pôr comida na mesa ou pagar a casa onde estão a viver".
Este ano, a norma-travão decretada pelo Governo impediu aumentos de rendas acima de 2%. No entanto, a taxa de inflação de agosto arrasta o aumento das rendas para 6,9%.
Na reunião com o Governo, Isabel Camarinha defendeu ainda que no crédito à habitação os bancos e não os clientes e deviam ser chamados a cobrirem os aumentos das taxas de juro.
O Governo está a ouvir esta quinta e sexta-feira as duas centrais sindicais (UGT e CGTP), bem como associações de inquilinos, proprietários e consumidores sobre a atualização das rendas para 2024 e as regras para os contratos anteriores a 1990.