Um lembra-se da celebração do Dia do Trabalhador em fato de macaco, o outro do princípio de um tempo do qual ainda sobram ruínas. A TSF ouviu as memórias de um trabalhador da Lisnave e de um patrão a propósito do 1º de Maio de 1974.
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Na véspera do Dia do Trabalhador, a TSF regressa ao primeiro 1 de Maio em liberdade, dias depois da Revolução dos Cravos.
Eram tempos de mudança nas empresas, com alteração profunda das regras do jogo, lembra Fernando Parreira, que fez 25 anos no 25 de Abril de 74. Trabalhava então na Lisnave e foi nessa altura que foi criado o CDT, o Conselho de Defesa dos Trabalhadores e a Comissão de Saneamento.
Recorda que foram saneados os patrões e os chefes que tinham ligações ao fascismo e foi depois disso que os trabalhadores começaram a avançar com greves, reivindicando aumentos salariais, medidas para higiene e segurança no trabalho e medidas de desenvolvimetno da própria empresa.
Do lado dos patrões, a TSF foi ouvir as memórias de Pedro Ferraz da Costa.
Saiu do serviço militar no dia 25 de Abril de 1974 e chegou à gestão da farmacêutica, que ainda hoje dirige, num período quente. Enfrentou greves e movimentos de protesto a pedir mais direitos e mais salários. Lembra-se desse tempo e diz que dele ainda sobram ruínas.
O antigo presidente da CIP diz que os tempos a seguir ao 25 de Abril e ao 1º de Maio de 74 foram de atuação radical dos sindicatos. Ferraz da Costa defende que houve um extremismo que criou um estigma que perdura, pois ainda hoje se olha de soslaio para quem é empresário.