14 mulheres, 3 idosos, 2 crianças, 2 homens: a média por dia de vítimas de crime
Os dados estão no relatório da APAV relativo a 2016, que apontam para um aumento de 8,1% no número de atendimentos.
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A cada dia de 2016, em média, 14 mulheres, três idosos, duas crianças e dois homens foram vítimas de violência, maus tratos físicos, sexuais e psicológicos. Os dados fazem do mais recente relatório da APAV - Associação de Apoio à Vítima que destaca também outros tipos de violência como o stalking (assédio persistente) e o bullying.
Neste relatório, a APAV adianta que registou um aumento de mais de oito por cento no número de atendimentos, uma estatística que tem crescido nos últimos 3 anos. Dos casos que chegaram à Associação, 41 por cento acabaram por ser alvo de uma queixa na polícia.
O perfil de quem é agredido e de quem agride está bem definido. As campanhas de sensibilização sucedem-se mas a APAV diz que a inquietação maior continua a ser com aqueles que não pedem ajuda.
São as vítimas que se fecham no silêncio, não chegam a apresentar queixa e só são identificadas como tal depois de mortas ou gravemente feridas.
Ouvido pela TSF, Daniel Contrim, da APAV, considera que não há falta de informação mas "é preciso informar" bem e otimizar os recursos para poder ajudar estas pessoas.
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As entidades mais próximas nem sempre podem dar indicação precisa e clara sobre como e onde há abrigo e apoio, sobretudo no interior.
"Sabemos que mais de 50 por cento das mulher que são vítimas de homicídio conjugal, que mais de 60 por cento das mulheres que denunciam situações de violência doméstica às organizações, nunca o tinham feito ou nunca fizeram, por exemplo, junto das autoridades policiais. E isso é um dado muito importante"., explicou Daniel Contrim.
TSF\audio\2017\03\noticias\27\daniel_cotrim_2_homicidios
Das mais de 9 mil vitimas apoiadas pela APAV em 2016 só 40 por cento apresentaram queixa formal.