
jnpt031109ac valenca surto de gripe a nas escolas do concelho e no centro de saude vacinas consultas e vacina para gravidas sala de espera doentes criancas e idosos alfredo cunha
Alfredo Cunha
A Direção Geral de Saúde vai apresentar parecer ao Governo sobre inclusão das vacinas para meningite B, rotavírus e HPV no Programa de Vacinação: "Se fossem boas, não teríamos receio em lutar por elas"
Corpo do artigo
"A decisão vai ser política", sublinhou Graça Freitas perante os deputados, ao anunciar que a Direção Geral de Saúde (DGS) vai apresentar ao Governo o parecer sobre a inclusão de três vacinas no Plano Nacional de Vacinação (PNV), como foi aprovado pelo Parlamento, no Orçamento de Estado.
Pelas "contas de merceeiro da Diretora-Geral de Saúde", como chamou Graça Freitas às estimativas atuais:"A entrada das três vacinas no mesmo ano, em regime generalizado universal poderia ter o custo da ordem dos 15 milhões de euros, por ano", detalhou Graça Freitas.
"Com tudo o que conseguimos negociar, representa quase metade do que custa todo o Plano Nacional de Vacinação", explicou a Diretora-Geral de Saúde.
Graça Freitas adiantou que vão ser apresentadas ao Ministério da Saúde quatro opções, mas fica claro que não existe, por parte da DGS, a certeza sobre eventuais benefícios da inclusão das vacinas da meningite B, rotavírus e HPV no Programa de Vacinação.
"Se estas vacinas fossem boas, não teríamos receio em lutar por elas", disse ao manifestar "dúvidas e angústias" sobre a matéria.
No que diz respeito ao alargamento aos rapazes da vacina HPV (vírus do papiloma humano), já incluída no Plano de Vacinação para as raparigas, Graça Freitas explicou que, em Portugal, a fração de cancros nos homens que pode ser atribuída ao HPV "não chega aos 3%".
"Não se pode esperar que a vacina faça milagres nos rapazes", avisou Graça Freitas adiantando que "90% dos casos começam a aparecer depois dos 45 anos de idade" e que só a partir de 2050 poderia haver um eventual reflexo da vacinação.
"Ver-se-á mais pela vacinação nas mulheres, com efeito indireto nos homens", defendeu Graça Freitas.
O mesmo ceticismo surge em relação à inclusão de outras dias vacinas do Plano de Vacinação: sobre a vacina contra o rotavírus, a Diretora-Geral de Saúde lembrou que a carga da doença em países desenvolvidos "não é relevante" e, sobre a vacina contra o meningite B, Graça Freitas sublinhou que "já é administrada a grupos de risco" e que "ainda apresenta limitações".
As quatro opções que a DGS vai apresentar ao Governo são: a aposta na proteção indireta e na imunidade de grupo proveniente da vacinação das raparigas; alargamento da vacinação aos rapazes com vacina bivalente que apenas evita cancros; alargamento com vacina Gardasil 4 que já "abrange as verrugas genitais", e finalmente, a "vacinação semelhante à das raparigas" com Gardasil 9.
A decisão cabe depois ao Ministério da Saúde, depois de o Parlamento ter aprovado, em sede de debate orçamental, a inclusão destas três vacinas no Plano Nacional de Vacinação.