Números oficiais levantam muitas dúvidas aos hoteleiros que dizem que metade do alojamento local no país para turistas foge ao "radar" do Estado.
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Cerca de 2% das casas do concelho de Lisboa estão registadas como alojamento local. Um número que representa perto de metade dos 4,3% do Algarve ou pouco mais do que os 1,7% do Porto.
As contas são feitas com base nos registos oficiais divulgados pelo Turismo de Portugal e no número de casas contabilizadas pelo Instituto Nacional de Estatística, numa altura em que a Associação da Hotelaria de Portugal apresenta esta terça-feira um estudo que defende que é de 40% a diferença entre os alojamentos disponibilizados no site Airbnb e os efetivamente contabilizados pelo Estado.
Ao todo, os dados consultados pela TSF no Turismo de Portugal revelam que existem no país 35 mil alojamentos locais oficialmente registados, o que significa 0,6% do total de apartamentos e moradias. Destes, 16.240 ficam no Algarve, 6.453 no município de Lisboa e 2.322 no Porto.
O presidente da Associação Nacional de Proprietários também acredita que metade dos arrendamentos de curta duração não estarão registados e que os mais de seis mil do concelho de Lisboa estão sobretudo concentrados no centro histórico.
Para António Frias Marques, a lei que está agora a concluir dois anos está a ter sucesso, mas é muito difícil conseguir chegar a todos os proprietários ou inquilinos que arrendam uma casa ou parte dela a turistas.
Ao contrário da Associação Nacional de Proprietários, o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários contesta os números do estudo da Associação da Hotelaria de Portugal e garante que a lei tem tirado milhares de casas da clandestinidade.
Menezes Leitão argumenta que é impossível conhecer todas as casas de alojamento local que fogem ao registo oficial e acredita que a grande maioria estão hoje registadas e pagam impostos numa altura em que o próximo Orçamento do Estado vai fazer disparar o valor pago pelos proprietários ao Estado.