Um quarto de todos os incêndios do ano aconteceu em julho, mês em que também ardeu quase metade do total da área consumida em todo o ano no país.
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É o valor mais elevado desde 2017: neste ano que está prestes a terminar, os incêndios rurais consumiram 110.007 hectares de território nacional, um valor que é também mais do que três vezes maior face ao do ano passado. O número de incêndios face a 2021 foi também superior em 40%, num total de 10.449.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas dá conta de que o ano de 2022 teve, em simultâneo, "o quarto valor mais reduzido em número de incêndios e o quinto valor mais elevado de área ardida, desde 2012".
Só na Serra da Estrela, foram consumidos 25 mil hectares de terreno, mas houve também fogos de grande dimensão nos distritos de Vila Real e Leiria.
O mês de julho mais quente dos últimos 92 anos em Portugal deixou em 2022 quase metade do território continental em seca extrema e concentrou um quarto dos incêndios rurais do ano (2629), com 50.399 hectares de área ardida.
Neste mês, o repórter da TSF Rui Tukayana viajava na A1 quando se deparou com um cenário infernal: a mais importante autoestrada do país foi rodeada por chamas na zona de Estarreja devido a um incêndio que começara em Oliveira de Azeméis e chegou ao concelho de Albergaria-a-Velha. O relato na primeira pessoa correu o país e o mundo.
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Foi também neste mês que morreram um piloto de um avião de combate aos incêndios e um casal de idosos que fugia das chamas e teve um acidente de carro, em Murça.
Em agosto, um bombeiro de Óbidos morreu por doença súbita no combate a um incêndio. O fogo, que deflagrou no dia 6 deste mês, no concelho da Covilhã e se estendeu a outros municípios, lavrou por mais de dez dias, queimando cerca de um quarto do parque natural.
Entre temperaturas quase sempre acima do habitual, no dia 14 foi registado um novo extremo para este mês no continente, quando a estação meteorológica de Pinhão-Santa Bárbara (distrito de Viseu) marcou 47 graus Celsius.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, 45% do território continental ficou em seca extrema, a classe mais elevada, e os restantes 55% encontravam-se em seca severa (nível seguinte).