5 de Outubro. PSD vê mensagem de Marcelo contra as ditaduras como "alerta ao eleitorado e aos cidadãos"
Deputado social-democrata foi questionado sobre se interpretava as palavras do chefe de Estado contra as ditaduras como um recado ao PSD.
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O PSD considerou esta segunda-feira que a mensagem do Presidente da República contra as ditaduras é "um alerta ao eleitorado e aos cidadãos" e apontou Marcelo Rebelo de Sousa, num contexto de possível candidato às Presidenciais, como "referencial de estabilidade".
"Lemos essa parte da intervenção de forma muito tranquila porque todos sabemos que há o advento das extremas-direitas um pouco por toda a Europa e Portugal está na Europa. O pluripartidarismo que está já na Assembleia da República traga também os mesmos fenómenos que vemos na Europa. [A mensagem é] um alerta ao eleitorado e aos cidadãos para que saibamos valorizar o que de mais importante temos que é a liberdade e a democracia", disse o vice-presidente do PSD André Coelho Lima.
O deputado social-democrata, que falava aos jornalistas no Porto para reagir em nome do PSD ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia comemorativa do 110.º aniversário da Implantação da República, foi questionado sobre se interpretava as palavras do chefe de Estado contra as ditaduras como um recado ao PSD ou a partidos que possam mostrar disponibilidade para fazer acordos com outros como o Chega de André Ventura.
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Sem responder diretamente à questão, André Coelho Lima disse que "se há partido que está confortável em ser um referencial de estabilidade e democracia é o PSD" e apontou Marcelo Rebelo de Sousa, ainda que salvaguardando que este não avançou como candidato às próximas Presidenciais, como "um referencial de estabilidade".
"O senhor Presidente da República é no cenário dos candidatos presidenciais que se adivinharão - e se eventualmente o for porque ainda não anunciou - um referencial de estabilidade e de moderação. É natural que essa tónica seja acentuada para tornar claro o que distingue Marcelo Rebelo de Sousa dos demais candidatos se ele entender candidatar-se a Presidente da República.
Até ao momento são conhecidos os seguintes candidatos às Presidenciais: o deputado André Ventura (Chega), o advogado e fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan Gonçalves, o líder do Partido Democrático Republicano (PDR), Bruno Fialho, a eurodeputada e dirigente do BE Marisa Matias, o também eurodeputado do PCP João Ferreira, a ex-deputada ao Parlamento Europeu e dirigente do PS Ana Gomes, Vitorino Silva (mais conhecido por Tino de Rans), o ex-militante do CDS Orlando Cruz.
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Hoje o Presidente da República deixou no seu discurso do 05 de Outubro uma mensagem contra as ditaduras, afirmando que não são desejadas em Portugal e que pelo mundo fora não resolveram a atual crise.
"Vamos continuar a agir em liberdade, porque não queremos ditaduras em Portugal", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia comemorativa do 110.º aniversário da Implantação da República.
O chefe de Estado, que falava no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Lisboa, acrescentou: "E sabemos que ditaduras por esse mundo fora não resolveram esta crise, e porventura nem sequer a assumiram a tempo e com transparência".
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Sem apontar nenhum caso em concreto, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que Portugal deve "continuar a agir em liberdade" e "sempre em conformidade com a ética republicana, que repudia compadrios, clientelas, corrupções".
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