É britânica a associação que esta sexta-feira recebe das mãos de Marcelo Rebelo de Sousa, o prémio Gulbenkian que destaca a promoção e defesa dos Direitos Humanos a nível global, e que é presidido por Jorge Sampaio.
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Chama-se Artigo 19 - em referência ao artigo da declaração universal dos direitos do homem - e é considerada uma ONG líder na defesa da liberdade de expressão. O prémio será recebido por Jennifer Robinson, dirigente desta associação. Entrevistada pela TSF, ela faz um retrato pessimista do panorama atual, destacando a necessidade de combater pela liberdade, um valor cada vez mais escasso na sociedade em geral.
"Estamos a assistir a um elevado número de sinais alarmantes que estão a ameaçar a liberdade de expressão. Isso deve-se, em parte, ao aumento do usos das novas tecnologias e à ausência de regulação para estes meios. Também contribuem as cada vez mais constantes pressões governamentais, como acontece no México, na Turquia e até nos Estados Unidos. As restrições e os ataques à liberdade de expressão estão a aumentar. É um problema real e é algo que temos de combater".
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Jennifer Robinson, dirigente da associação Artigo 19, é também advogada de Julian Assange desde 2010. A defensora legal do fundador do Wikileaks diz que a possibilidade de extradição para os Estados Unidos é o pior cenário que pode acontecer a Assange, sobretudo desde a chegada de Trump ao poder, já que a atual administração norte-americana vê como prioridade a acusação contra o Wikileaks.
As condições em que vive Julian Assange são também alvo de crítica de Jennifer Robinson, que afirma que o fundador da Wikileaks está pior do que se estivesse numa prisão, por isso decidiu recorrer às Nações Unidas.