São pacientes muito frágeis e pequenos e confiam a vida a um cirurgião espanhol. Eduard Gratacós é um dos maiores especialistas mundiais neste tipo de cirurgia. Na TSF, ele conta a experiência de operações tão delicadas.
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Eduard Gratacós é um dos maiores especialistas mundiais em cirurgia fetal. Diretor do Centro Clínico de Medicina Fetal de Barcelona e Professor na Universidade de Barcelona, Gratacós foi pioneiro em algumas cirurgias a fetos no útero da mãe. Em 2010 foi responsável por uma cirurgia aos pulmões de um feto e, em 2013, operou um feto com 21 semanas com uma obstrução completa na laringe.
Entrevistado pela TSF, ele explica que estas são cirurgias muito delicadas: «Porque trabalhamos com um doente muito frágil, com tecidos que se rompem facilmente e com dimensões muito pequenas, de milímetros».
Mas, ao fim de 25 anos de estudo e de trabalho, a taxa de sucesso é um sinal de esperança. «Contamos com taxas de sobrevivência entre 75 e 95 por cento, devemos considerar que são doenças com mortalidades muito próximas dos 100 por cento. Portanto, este tipo de cirurgia representa uma esperança e, neste momento, podemos falar de mais de 1500 crianças que estão vivas graças à cirurgia fetal» só em Portugal e em Espanha, afirma o médico que acredita que, no Mundo, serão muitas mais.
«Há pessoas que depois têm medo. Bem! Vocês salvam-nos e depois como ficam estas crianças? As crianças são completamente normais, temos muitas fotografias», conta Gratacós que assegura que a equipa que lidera acompanha as crianças que operou ainda na barriga das mães.
Em todo o Mundo não haverá mais do que cinco equipas com grande experiência na cirurgia fetal. Uma delas é a liderada por Eduard Gratacós que está em Portugal para participar num Simpósio sobre Ginecologia e Obstetrícia organizado pelo Hospital CUF Descobertas.