A chegada da TSF a uma Kiev "deserta", corredores humanitários durante um dia e outros destaques
O anúncio russo de que há "progressos" nas negociações com a Ucrânia, as novas sanções da União Europeia e a transformação do estádio de Leiria para acolher refugiados são outros dos marcos desta manhã informativa.
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A guerra na Ucrânia continua a dominar a atualidade, esta quarta-feira. O enviado especial da TSF à Ucrânia, Pedro Cruz, entrou, esta manhã a Kiev, depois de uma viagem de quase onze horas, a partir de Lviv. No comboio em que seguia, conta o repórter, encontravam-se, essencialmente, três tipos de viajantes: jornalistas, combatentes que querem alistar-se no exército e pessoas que vão "resgatar" familiares à capital.
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Chegado a Kiev, o enviado especial da TSF encontrou uma "cidade fantasma". Pedro Cruz relata que um "profundo silêncio" tomou conta da capital, agora praticamente "deserta".
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Em Lviv, os ucranianos deixam cartazes pelas ruas, com mensagens para os soldados russos que ocuparam o país. "Não matem pelo Putin", "não vos receberemos com flores, mas com balas" e "vão para casa" são algumas das frases espalhadas pela cidade.
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Ao início da manhã, a Ucrânia anunciou que chegou a um acordo com a Rússia para um cessar-fogo de um dia que permita que os cidadãos ucranianos sejam retirados através de corredores humanitários. Deverá estar em vigor entre as 9h00 às 21h00 em seis áreas fortemente afetadas pelos combates.
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Horas mais tarde, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia afirmou que tem havido "progressos" nas negociações com Kiev para resolver o conflito na Ucrânia e garantiu que as tropas de Moscovo não estão a tentar derrubar o governo ucraniano.
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Também o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a falar esta quarta-feira. Desta vez, para pedir aos aliados do Ocidente que resolvam "com urgência" a oferta da Polónia de fornecer caças ao país.
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Já o operador estatal de energia da Ucrânia anunciou que o acesso da central nuclear de Chernobyl e dos seus sistemas de segurança à energia elétrica foram "cortados por completo".
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Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, e do apoio que a aliada Bielorrússia lhe tem dado na operação, a União Europeia vai reforçar sanções a oligarcas russos e bancos bielorrussos.
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E no rescaldo das sanções que já haviam sido aplicadas, os oligarcas russos estão a ancorar mega-iates em portos remotos de pequenas nações, como as Maldivas e Montenegro, numa tentativa de escaparem às restrições.
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Do físico para o digital, a guerra também se faz na internet. A Ucrânia pediu à organização que supervisiona a internet para boicotar a Rússia. Mas Pedro Veiga, antigo coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, diz à TSF que é difícil que tal possa concretizar-se.
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Em Portugal, avança-se nos preparativos para acolher os refugiados que chegam da Ucrânia. A TSF esteve em reportagem no estádio de Leiria, que se transformou numa "grande casa" para quem foge da guerra. As primeiras 50 pessoas chegam já esta semana.
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A guerra na Ucrânia tem também repercussões noutros países quanto à dependência energética da Rússia. A Comissão Europeia vai apresentar uma proposta legislativa para exigir que a capacidade de armazenamento subterrâneo de gás na União Europeia esteja preenchida em pelo menos 90% até outubro. Em Portugal, já se faz o armazenamento de gás subterrâneo há cerca de uma década.
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