Acessibilidade, educação, circularidade, inclusão, sustentabilidade e empatia são os principais pilares da Cidade do Zero, em Lisboa. São esperadas 20 mil pessoas.
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"Ajudar as pessoas a perceber o que é isto da sustentabilidade, quais são os comportamentos mais e menos sustentáveis para cada um conseguir avaliar e ter informação para tomar decisões." A Cidade do Zero, um projeto com base na sustentabilidade, criada por Catarina Barreiros, também responsável pela loja de produtos sustentáveis Do Zero, arrancou na manhã desta sexta-feira no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Neste espaço em que o desperdício é praticamente zero, é possível participar em workshops, palestras e mercados de troca de roupa e livros até ao próximo domingo.
Todas as pessoas são desafiadas a visitar o evento, já que, segundo disse à TSF Catarina Barreiros, "vale a pena pensar como é que nós queremos que seja uma cidade no futuro e como é que nós queremos que seja o futuro dos nossos filhos". "Neste espaço ao longo destes três dias conseguimos ter uma lufada de ar fresco e um deslumbre do que pode ser o futuro se todos nos interessarmos e, por isso, é interessarmo-nos, virmos, conversarmos uns com os outros e fazer para começar a mudar o mundo, porque, se calhar, a Cidade do Zero pode ser um bom ponto de partida", sublinhou.
Partindo do princípio que "para cada pessoa há uma maneira diferente de comunicar", Catarina Barreiros "quis trazer todas as maneiras possíveis de comunicar". "Para toda a gente tem de haver uma linguagem aqui que faça sentido chamar para a sustentabilidade, alguns é pelo consumo, outros é pela educação", considera.
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Acessibilidade, educação, circularidade, inclusão, sustentabilidade e empatia são os principais pilares do projeto Cidade do Zero apontados pela organizadora. A educação da sociedade para a sustentabilidade foi uma das grandes preocupações na criação do evento, já que o grande desejo é que todas as pessoas "pudessem vir".
Para isso, todos os dias até domingo, há mais de 20 oradores que vão dar palestras sobre temas como a importância da sustentabilidade nas finanças, a forma como a crise climática afeta a saúde pública, passando pela importância da educação e empoderamento feminino.
No espaço dedicado a workshops, pode-se "aprender a fazer tingimento natural com plantas, fazer velas com óleo alimentar usado e utilizar cascas de alimentos".
"É bom divulgar todas as marcas e todos os objetivos e conceitos que existem a nível de sustentabilidade porque é um tema muito importante nos dias de hoje, mas que ainda não está divulgado o suficiente", diz à TSF Vanda Fazendeiro, diretora de marketing da empresa portuguesa Clean Essence.
"Estes eventos são bons para o nicho de mercado que existe na sustentabilidade e para divulgar para outras pessoas que estejam curiosas e que queiram vir procurar coisas novas", sublinha.
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"Temos tão bons exemplos em Portugal, quer de cientistas, de ativistas, de marcas e de organizações não governamentais, que fazem um trabalho fenomenal. Por isso, decidimos juntá-las todas num sítio", refere ainda Catarina Barreiros.
A 55+, organização não governamental que ajuda a contratar pessoas desempregadas com mais de 55 anos, também participa com costureiras a fazer pequenos arranjos de peças de roupa. Cremilde Lacerda, voluntária da 55+ garante que estes eventos permitem divulgar a associação, para que "muita gente que pensa que é inativa perceba que há muitas coisas que pode fazer".
O evento não tem qualquer fim lucrativo, pelo que a totalidade do lucro de bilheteira vai reverter para associações nacionais com impacto social e ambiental. Os bilhetes diários para a Cidade do Zero custam três euros (mais IVA) e os bilhetes de três dias custam cinco euros (mais IVA). Já o bilhete do acompanhante de pessoa com deficiência é oferecido. O horário é das 10h00 às 19h00.