Proteção Civil defende-se das críticas da demora na resposta no incêndio de Pedrógão Grande, dizendo que atuou antes das informações do MAI lhe chegaram. ANPC soube das falhas do SIRESP às 20h55.
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A Secretaria-Geral da Administração Interna (AI) criticou, na terça-feira, os atrasos nos pedidos de ajuda no incêndio de Pedrógão Grande. Em resposta, numa carta enviada ao secretário de Estado da AI a que o Expresso teve acesso, o presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) revela mais algumas informações, montando uma cronologia dos acontecimentos do incêndio que matou 64 pessoas.
Segundo Joaquim Leitão, o primeiro pedido de ajuda chegou à ANPC às 21h12, anunciando a queda de três estações, na Serra da Lousã, Malhadas e Pampilhosa da Serra. Apesar de não ter afetado a estação de Pedrógão Grande, as comunicações começaram a revelar problemas. "Contudo, a comunicação à ANPC, relativamente a este site (Pedrógão Grande) só foi efetuada pela secretaria-geral da Administração Interna às 23h21 (cerca de 4 horas depois)", escreveu Joaquim Leitão ao secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.
De acordo com o Expresso, a estação de Pedrógão Grande experimentou problemas e falhas entre as 19h38 até às 21h52, segundo informações do SIRESP. Joaquim Leite perguntou ainda por que razão a ANPC demorou tanto para receber a informação de que o SIRESP estava com problemas.
"Não obstante o anteriormente referido, é de salientar que a ANPC ao ter conhecimento às 20h55... que se verificavam falhas nas comunicações SIRESP na zona de Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos, encetou, de imediato, contactos com o senhor Secretário Geral adjunto, Francisco Gomes no sentido de serem mobilizadas as estações móveis para as zonas afetadas, tendo o pedido formal sido enviado às 21h29", escreveu.
Joaquim Leitão garantiu ainda que a Proteção Civil "atuou logo" que obteve a informação, que não chegou através da Secretaria-Geral da Administração Interna.
Esta carta surge na sequência do relatório da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, dado a conhecer terça-feira, que sugeria que a ANPC devia ter pedido uma estação móvel de comunicação logo que se apercebeu da gravidade do caso. Na carta, Joaquim Leitão diz que sem a monitorização do SIRESP era impossível antecipar a situação.
A ANPC defende que soube das falhas das comunicações do SIRESP na zona de Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos pelas 20h55 e que a partir daí contactou o governo, para ser colocada em marcha a mobilização de estações móveis. O pedido formal aconteceu pelas 21h29.