O crescimento da economia mundial cai para metade. Aumento do PIB passa de 3% para 1,5%, revela OCDE.
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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publicou esta segunda-feira uma revisão da perspetiva económica mundial para este ano e, no pior cenário onde o COVID19 se propaga pela Europa e pela América do Norte, o Crescimento da Riqueza Mundial em vez dos 3% estimados no final do ano passado passa para 1,5%. Ou seja, a previsão de novembro cai para metade.
A OCDE não tem todos os dados porque para as perspetivas económicas da "coronacrise" mal começaram mas, numa tele-conferência esta manhã, a economista chefe da OCDE, Laurence Boone, sublinha que "as medidas tomadas para conter o vírus estão também a causar grandes alterações económicas".
Para Laurence Boone "a grande questão para as perspetivas económicas é saber por quanto tempo e para onde o vírus se propaga e responde às medidas de contenção. Nesta fase ninguém pode responder a isso com certezas, por isso somos bastante cautelosos porque a situação evolui todos os dias".
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A OCDE construiu dois cenários: um mais otimista, que à partida já foi ultrapassado pela própria realidade e que era um cenário onde a Europa e a América mal sentiam o vírus. Mas com o COVID19 dentro das fronteiras de vários países europeus o pior cenário da OCDE já é uma realidade.
Neste pior cenário o mundo desacelera e entra, por assim dizer, em pausa técnica apesar de já antes do vírus termos "uma economia a crescer de forma frágil".
Mas este sentimento afeta a confiança dos investidores, o que preocupa a OCDE. "Na semana passada um choque de confiança, com maior impacto do que as quebras nas cadeias de fornecimento, aquando da forte reação dos mercados financeiros quando vários casos foram confirmados em diversos países. Por isso, existe o risco de que se os casos se intensificarem existir stress empresarial", destaca Laurence Boone.
Este "stress" tem que ser avaliado pelos bancos centrais que podem "acomodar medidas de apoio à confiança dos mercados, já vimos isso com dois bancos centrais que o fizeram, mas eles também devem estar preparados para dar liquidez aos mercados, para garantir o bom funcionamento do sistema financeiro", explica.
A economista chefe da OCDE pensa que "é muito importante que não acrescentemos uma crise financeira a esta" que estamos a viver na economia com o impacto do novo coronavírus.