O combate ao terrorismo está levar os Estados para uma "deriva totalitária", é esta a opinião do sociólogo catalão Manuel Castells, para quem a questão política e social mais importante dos próximos 100 anos será a "dignidade humana".
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Manuel Castells tem identificado qual é o problema da crise de legitimada dos sistemas políticos: "o elemento estrutural chave do mau funcionamento da democracia está para além dos fluxos das instituições. Existem assimetrias na distribuição da riqueza e da informação".
Estas assimetrias têm uma razão para existirem o que passa por termos "assimetrias de riqueza e de distribuição da informação numa politica dominada pelo dinheiro e pela capacidade de informação". O dinheiro que tem que passar a ser transparentes porque hoje em dia "os donativos obscuros e os favores aos financiadores depois das eleições são práticas comuns das democracias partidárias", sublinha o sociólogo catalão.
"Há quem diga que são maças podres, que a corrupção está nos indivíduos e não nas organizações. Bem as maçãs podres enchem o cesto hoje em dia e não existe a separação entre os partidos e os indivíduos", refere o autor da "Sociedade em Rede".
Por outro lado os Estados têm cada vez mais tendência a controlarem a informação. É neste sentido que o combate dos próximos 100 anos vai ser uma nova luta pelos direitos humano "porque são humanos, são universais e assim aplicam-se a todos os seres humanos em todo o lado. Quem os aplica? Os próprios seres humanos, do alto da sua consciência, mobilização, deliberação, luta, criatividade e da possibilidade de uma rede de consciência", aponta Manuel Castells.
Mas para este futuro de resistência à opressão do Estado controlador fica em aberto qual o modelo a seguir: "Não existe modelo, nem Deus, nem mestres, apenas humanos em busca da sua humanidade", conclui o pensador espanhol