
DR/Guerra e Paz
O padre Augusto Cima, 78 anos, é monge beneditino. Em entrevista à TSF, o autor do livro "A Missão da Igreja no Hospital", manifesta-se muito crítico da falta de profissionalismo na pastoral da saúde.
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O padre Augusto Cima é monge beneditino e tem 78 anos de idade. Do mosteiro de Singeverga, rumou, em tempo colonial, como missionário, para a diocese do Luso, no sudoeste de Angola. Regressado à metrópole, entregou-se à pastoral juvenil, enquanto fazia Sociologia no ISCTE e Estudos Clássicos na Universidade de Lisboa.
Nomeado capelão para os hospitais Curry Cabral e Miguel Bombarda, aproximou-se, de modo especial, dos doentes de sida e com problemas mentais.
Augusto Cima é autor do livro "A missão da Igreja no Hospital", editado pela Guerra e Paz. Nas vésperas do Dia Mundial do Doente, é entrevistado na TSF, manifestando-se muito crítico da falta de profissionalismo na pastoral da saúde, bem como do tratamento das questões da eutanásia, na Assembleia da República.
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Interrogado sobre a questão da eutanásia, o antigo capelão de dois hospitais de Lisboa, descreve a eutanásia como "suicídio assistido". Ao contrário, julga que "a morte medicamente assistida, é o que se faz, todos os dias, nos hospitais".
Quanto ao papel da Igreja Católica, acha que "não lhe compete a solução das questões sociais". Referindo-se à polémica que passa pela Assembleia da República, o padre Augusto Cima diz, claramente, que "há grupos minoritariamente aguerridos, que procuram notoriedade quando se tratam estas questões. E conclui : "Essa é a lógica de que quer granjear adeptos."
Entrando, definitivamente, na polémica, o antigo capelão hospitalar refere que "falta muito tempo para termos um acordo pacífico sobre o sim e o não".