"A extrema-direita encosta-se às velhas direitas porque essa é a forma de chegar ao poder"
Fernando Rosas, um dos fundadores do Bloco de Esquerda, argumentou este sábado que a luta contra as forças políticas da direita radical "trava-se no terrreno das ideias, nas representações do mundo". O campo ideológico é o terreno onde se vence, e não se pode correr o risco de se distrair dele.
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Fernando Rosas alertou este sábado, durante a XII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, que os tempos mudaram e que hoje há uma "crise dos sistemas liberais", o que implicou "uma clara radicalização do confronto social e político".
"Um autoritarismo de novo tipo perfila-se assim como um horizonte estratégico das oligarquias e de ação política dos partidos da direita", aclara o também historiador. Fernando Rosas também salienta que a direita tradicional tende a aliar-se à "nova extrema-direita, porque esta lhe abre caminho para um novo tipo de regime, e a extrema-direita encosta-se às velhas direitas porque essa é a forma de chegar ao poder".
O bloquista interpreta que este confronto entre a esquerda socialista e a direita neoliberal tem de se travar "no campo das ideias, das representações da vida e do mundo".
"Só quem vencer no campo da batalha ideológica pode aspirar à hegemonia no domínio da política e do poder. Não haverá socialismo no poder político se as ideias socialistas não conquistarem a adesão larga e combativa de grande parte das classes trabalhadoras e do povo." Para Fernando Rosas, qualquer luta contra as forças políticas da direita radical "trava-se no terreno das ideias, nas representações do mundo". O campo ideológico é o terreno onde se vence. "Todas as vitórias e as derrotas começam aqui."
Para o fundador do BE, "minimizar o debate das ideias é correr o risco de nos desarmarmos, e insensivelmente nos transfigurarmos". O historiador assinala que não pode haver distrações, face a um "saudosismo serôdio", "sementeira de um nacionalismo xenófobo".