A floresta tropical mais antiga do mundo tem aranhas búfalo e cogumelos tigre
Nos primeiros anos de vida, o bambu pode crescer até um metro por dia. A caminhada pelo Parque Nacional de Khao Sok começa com vários bambus a indicarem a direção.
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Bua é a nossa guia, a caminhada pela maior floresta tropical do sul da Tailândia, no Parque Nacional de Khao Sok, é organizada pelo Elephant Hills, um campo que se dedica à conservação à proteção da natureza e da vida animal.
"Sabem como distinguir se um bambu é novo ou velho? Pelo som! Quando batemos e é oco significa que já tem alguns anos. Os mais novos não têm um buraco no interior e o som é abafado, é diferente! E as folhas do bambu, se olharem para estes à minha frente veem que tem folhas... os mais novos têm folhas e com o passar dos anos vão perdendo. Sabem quando é que o bambu morre? Depois de florir, algumas espécies vivem 50 ou 70 anos, mas quando vemos a flor do bambu significa que vão morrer em breve."
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Enquanto Bua, a guia fala, olhamos ao redor e os bambus são tantos e tão altos que só alguns raios de sol conseguem atravessar as árvores.
O caminho é de dificuldade média, entre as subidas e descidas, calcamos fios de água, pedras soltas, folhas caídas, ouvimos pássaros e insetos que não conseguimos ver... Até que a floresta do Parque Nacional de Khao Sok apresenta-nos a árvores da borracha.
"A árvore da borracha é originária do Brasil, da África do Sul, mas na Tailândia trouxemo-la da Malásia, há cerca de 100 anos. A árvore da borracha tem muito peso na economia do sul da Tailândia, encontramo-las ao longos das ruas, estão por todo o lado. A outra plantação muito comum é a da árvore de óleo de palma... é a segunda mais importante da economia do sul do país e em terceiro lugar surge o turismo".
Para extraírem a borracha vemos que todas estas árvores têm um golpe à volta do tronco, por onde o liquido branco vai descendo... até cair num pequeno depósito colocado junto à raiz. Bua explica que este é o ganha pão de muitas famílias.
"Quando a árvore tem cerca de 7 anos podem começar a retirar o leite da árvore. Podemos ver aqui na árvore que o tronco tem um corte... com uma faca cortam a árvore uma vez por dia. É parecido com leite, mas tem um cheiro mais forte e é mais pegajoso. Fazem o golpe na árvore de manhã cedo, por volta das 2 ou 3 da manhã, porque a temperatura ainda não está muito alta. Durante o dia o sol aquece a árvore, seca o líquido e não conseguem tirar... é por isso que vêm de madrugada. Depois esperam três, quatro horas até que o líquido começa a cair".
Atravessamos uma pequena e estreita ponte de madeira, formada por 3 troncos... e um pouco mais à frente vemos o que parece ser uma parede de madeira... na verdade é o tronco de uma árvore, de cor castanha clara, que vai ficando estreita à medida que cresce... mas a base é muito larga, chega a ter vários metros de diâmetro. A guia brinca e diz para batermos, para ver se está alguém em casa.
O caminho é interrompido por uma aranha, Bua liga e aponta a lanterna para podermos ver melhor.
"Vejam todos, conseguem ver um pequeno corpo amarelo e laranja. É conhecida como aranha búfalo, é venenosa... mas só para os insetos. Estão a ver a teia... tem medo de nós".
A caminhada pela maior floresta tropical do sul da Tailândia aproxima-se do fim e no chão vemos um tronco. com vários cogumelos castanhos... que parecem flores. "Chama-se cogumelo tigre, podemos ver que cresce num ramo... Ninguém come, porque é venenoso".
Antes de terminar a caminhada, a guia, Bua, conta-nos que esta é a floresta tropical mais antiga do mundo, tem mais de 150 milhões de anos.
"Aqui temos a árvore mais alta do mundo, o bambu; temos a cobra mais comprida do mundo, a pitão... e Banguecoque é a capital com o nome mas comprido do mundo. Sabem o nome completo de Banguecoque? Tem 55 letras, na escola aprendemos uma música para conseguir dizer o nome completo".
A caminhada de duas horas pela floresta tropical do Parque Nacional de Khao Sok demora cerca de duas horas e é organizada pelo Elephant Hills, um campo que se dedica à proteção da natureza e da vida animal. O percurso é de dificuldade média, mas pode ser feito por crianças.