"A 'geringonça' matou a 'geringonça'. O senhor fechou-se numa espécie de casa assombrada"
Telmo Correia considera que o primeiro-ministro António Costa está entre "a espada e o muro".
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O líder parlamentar do CDS-PP considerou esta terça-feira que a "geringonça matou a geringonça" e que o primeiro-ministro está "entre a espada e o muro" quanto ao Orçamento do Estado, e "não tem como sair" desta situação.
Intervindo no debate no parlamento de apreciação na generalidade da proposta de OE2022, Telmo Correia afirmou que "aparentemente a geringonça matou a geringonça".
Na interpelação ao primeiro-ministro, o centrista disse que António Costa "está entre a espada e o muro e não tem como sair da situação em que se colocou".
O líder parlamentar do CDS-PP considerou que nas últimas semanas o Governo "regateou medida a medida" com os parceiros preferenciais que ajudaram à viabilização de orçamentos nos últimos anos, mas desta vez "não tem solução nenhuma" para "sair do buraco onde se meteu".
E defendeu que estes partidos "bateram com a porta na cara" do Governo.
Telmo Correia questionou também o primeiro-ministro sobre os cenários possíveis em caso de eleições antecipadas e se vai repetir uma "maioria de esquerda".
Na resposta, António Costa salientou que "em democracia há sempre soluções" e garantiu que o Governo vai fazer "tudo o que estiver ao seu alcance" com vista à aprovação do Orçamento do Estado para 2022, até "ao último minuto".
"Não viramos a cara ao país, às nossas responsabilidades", apontou, indicando que é isso que o Governo fará "quaisquer que sejam as condições".
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"Quem sabe se temos de enfrentar também um país a ser gerido em duodécimos. Não sei, não o desejo, aquilo que desejo é que este debate corra bem, de uma forma construtiva e que, com responsabilidade, se encontre a forma de dotar o país do orçamento que o país precisa para 2022", frisou o primeiro-ministro.
António Costa criticou ainda que só PSD e CDS-PP "podem ficar contentes com o pré-anúncio de voto contra a este orçamento que PCP e BE fizeram".
Para o CDS-PP, este é "um mau orçamento", que "é mais socialista ainda do que orçamentos anteriores" e que "corresponde à herança de seis anos de geringonça".
Telmo Correia alertou que a proposta de OE2022 do Governo demonstra "um aumento significativo da dívida pública", um dos "piores salários médios da União Europeia" e é feito "contra as empresas".
Apontando que este orçamento também "não resolve questões da própria conjuntura", o deputado deu como exemplo o aumento do preço dos combustíveis, lamentando que o Governo tente resolver o problema "com uma promoção de trocos".
O líder parlamentar centrista criticou também que Portugal teve "uma quadra significativa do PIB" e "níveis de empobrecimento que não são aceitáveis" para um país europeu.