"A grande vitória foi a forma como a comunidade se uniu em torno do programa Supernanny"

Lisboa, 5/3/2018 - Rosário Farmhouse posa no seu gabinete no Ministério do Trabalho. Foi diretora do Serviço Jesuíta aos Refugiados de Portugal, entre janeiro de 2003 e fevereiro de 2008, e exerceu as funções de Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, é desde novembro de 2017, presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens. (Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)
Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
Rosário Farmhouse faz um balanço do seu primeiro ano à frente da Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens.
Rosário Farmhouse está há um ano à frente da Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens e, em jeito de balanço, fala à TSF dos frutos e das frustrações que marcaram estes doze meses.
Uma das principais vitórias, não só da Comissão Nacional, mas da sociedade em si, foi a suspensão do programa da SIC, Supernanny, um formato em que uma psicóloga ensinava os pais a educarem as crianças, expondo os menores.
"A grande vitória foi a forma como toda a comunidade se uniu em torno do programa Supernanny e se conseguiu perceber que não vale tudo e que as crianças e os jovens tem direitos: à intimidade, à privacidade, a serem ouvidos e a serem respeitados."
Apesar de considerar que a lei portuguesa de proteção de crianças e jovens é "muitíssimo boa", Farmhouse defende que "ainda se nota alguma discricionariedade na interpretação, pouca harmonização na sua interpretação nos vários pontos do país", o que revela uma urgência em "harmonizar procedimentos".
Rosário Farmhouse lamentou ainda que as Comissão de Proteção de Crianças e Jovens - que fazem um "trabalho invisível" - só sejam conhecidas quando há casos isolados que não correm bem.