A lição do "velhinho" Marcelo: "tostas de queijo", Bolsonaro e um segredo "para a vida"
O Presidente da República visitou, hoje, a Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa. De volta à escola onde já foi aluno, Marcelo deu, a alunos do 11.º e do 12.º anos, uma aula para marcar a abertura do novo ano letivo.
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A receção foi calorosa. Entre gritos e encontrões, os alunos da Secundária Pedro Nunes atropelavam-se para chegar perto do Presidente. Marcelo Rebelo de Sousa regressou à escola para dar uma lição especial aos alunos que hoje ocupam o lugar onde, em tempos, foi ele que esteve.
"Quando eu tinha a vossa idade - foi para aí, imaginem, na 'Pré-História' - em 1964 ou 1965 (...), eu queria ser professor. E acabei por optar por Direito. Hoje, se olhasse para trás, teria optado por Medicina ou Engenharia", começou por confessar.
"Acho que acabei por ir para Direito para vingar a memória do meu pai, que foi como que obrigado pelo padrasto a ir para Medicina e não para Direito", lançou, adiantando, de seguida, porque considera que teria estado bem na área da Saúde. "Isso ou se tem uma coisa inata ou não - e eu acho que tenho - para o diagnóstico e para a terapêutica. Claro que depois fiquei hipocondríaco (...), gosto de saber as doenças, gosto de saber os avanços!", comentou. "Mas, enfim, já foi, já foi."
O destino trocou-lhe as voltas e acabou por ir parar à Política e, por fim, até à Presidência da República. Os alunos presentes na aula quiseram, por isso, saber como é um dia na vida do Presidente.
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"É uma vida muito variada, fisicamente muito puxada", admitiu. "Eu durmo pouco, deito-me muito tarde, portanto, trabalho até às quatro da manhã."
"Como é que se aguenta isto? Com algum exercício físico", "mergulhos" e "caminhadas", respondeu. Além disso, Marcelo revela que toma "um produto" - só não indica qual, para não fazer "publicidade". "Antigamente, era uma tosta de queijo com um sumo de ananás ou de laranja."
Virando a conversa para a atualidade, e lembrando a última visita de Marcelo ao Brasil, uma aluna perguntou ao Presidente como faz quando se encontra com certos chefes de Estado. Com Bolsonaro implícito, a resposta foi diplomática.
"O que seria se cada chefe de Estado só se desse com os chefes de Estado que são muito amigos!", lançou. "Era um drama!"
Mais uma questão de uma aluna: E quando deixar de ser Presidente? Como gostaria Marcelo de ser lembrado?
"Não vou voltar a ensinar na minha faculdade, não vou para a televisão outra vez, (...), portanto, vai ser uma vida diferente, a minha. O que é que ficará? Não sei, o próprio é mau juiz...", atirou, antes de responder que, "provavelmente, umas linhas pequeninas" sobre como tentou ser um Presidente "próximo das pessoas" e de "consensos".
Marcelo não termina a aula sem, antes, deixar, como lhe pediram ,um "conselho para a vida": "Têm muita vida para viver e é o momento para terem esperança em relação a essa vida". "Eu sou velhinho, vou fazer 74 anos em dezembro, mas não perdi a esperança."
"O mais importante é serem felizes. E descobrirão que ser feliz é fazer os outros felizes. Ninguém é feliz sozinho. Não há ilhas." Uma mensagem que levam para o futuro, quando hoje deixam o auditório da escola - não sem antes, claro, de uma selfie.