Cada queijo tem o seu vinho: uma verdade saborosa, que pode atingir o superlativo no caso de ambos serem produtos DOP (Denominação de Origem Protegida).
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Neste lote de comprovada qualidade estão o Vinho do Porto e os queijos de Azeitão e de S. Jorge, um dos produtos açorianos mais conhecidos, protagonistas de mais um «my Port Wine day», designação inglesa no sentido de cativar turistas para um evento mensal, aberto ao público em geral, e criado há, precisamente, dois anos.
Para Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) aquele evento «tem vindo a afirmar-se como um relevante momento de harmonização do Vinho do Porto com os melhores produtos gastronómicos».
Desta vez, o IVDP apadrinhou o (feliz) casamento entre um Colheita 1998 e um LBV (Late Bottled Vintage) 2012 da Quinta do Crasto e ambos os queijos.
O queijo S. Jorge cura de sete meses, exige um vinho intenso, que «acalme» o picante, com notas de pimenta preta. O Colheira 1998, um tawny em estreia, envelhecido em barricas de carvalho nacional, apesar de ser um vinho pleno de complexidade, muito concentrado, revelou-se senhor de uma agradável frescura citrina, A elevada acidez natural harmonizou na perfeição com a cremosidade do queijo açoriano.
O LBV 2012, radicalmente diferente, mais jovem, assumiu-se como um ruby cativante pela expressão aromática e notas de fruta silvestre madura. A ligação foi perfeita com o queijo de Azeitão, mais intenso na boca e agressivo, semelhante ao Serra da Estrela.
De notar que este queijo não é o rotulado, impropriamente, como da serra, pois trata-se de um produto certificado, fabricado apenas com leite das ovelhas das raças bordaleira da Serra da Estrela ou churra mondegueira.
É um produto DOP, tal como os protagonistas desta harmonização clássica: Vinho do Porto e queijos.