Em abril, a JSD vai a votos para escolher o sucessor de Margarida Balseiro Lopes. Os candidatos são ambos deputados e membros da atual direção. Pouco depois das diretas do PSD, a 'batalha' aproxima-se daquela que foi travada pelos 'grandes'.
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O PSD trouxe tudo decidido para o Congresso de Viana do Castelo, mas nos corredores já se preparava uma nova batalha eleitoral, agora entre os "jotas". O frente a frente entre Alexandre Poço e Sofia Matos, ambos da atual direção, é visto por alguns como uma terceira ronda das diretas do PSD. Os protagonistas, ambos deputados, rejeitam a ideia e afastam-se da teoria de que colecionam os apoios dos críticos Montenegro/Pinto Luz e Rui Rio, respetivamente.
Sofia Matos vai fazer um "enorme esforço" para tornar o Congresso da JSD num "grande debate de ideias e projetos e não numa lavandaria ou num debate sobre pessoas" e Alexandre Poço ressalva que "não é uma terceira ronda das eleições do PSD" e, prova disso, são os apoios que já reúne das três ex-candidaturas à liderança do partido.
As bandeiras que trazem para o combate misturam-se e também a ideia de que, ganhe quem ganhar, contam um com o outro. Quando é hora de apontar ao adversário, os elogios ocupam um lugar mais forte do que as críticas. Em comum têm ainda um caminho ao lado da atual presidente da JSD, Margarida Balseiro Lopes: Alexandre Poço é vice-presidente da direção, Sofia Matos ocupa o lugar de secretária-geral.
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O que os uniu nos últimos dois anos, separa-os agora pela "vontade genuína" de apresentar uma candidatura à liderança da "jota" laranja. Alexandre Poço admite que já tinha a "intenção formulada" e que tem "as melhores condições, mais trabalho, mais capacidade de dinamismo e mais proximidade às estruturas regionais".
Terem trabalhado juntos, na mesma equipa, "não significa que não tenham posições diferentes", nem que as visões para a JSD sejam as mesmas. Sofia Matos acredita que está na altura de a 'jota' "se abrir urgentemente para ser mais forte", sem descartar quem já faz parte dos quadros que existem.
Poço considera-se um "otimista por natureza" e tem os olhos postos na geração das pessoas que têm muitas classificações e salários baixos, nos que "tardam em conseguir emancipar-se", uma geração que "está permanentemente adiada". O objetivo imperial é "ajudar a melhorar a qualidade de vida dos jovens" e colocar os termos "bem-estar, qualidade de vida e felicidade" no centro da discussão.
Do outro lado, Sofia Matos está concentrada em conquistar uma JSD "inovadora" que tenha respostas para os que "não querem saber da política". A "culpa" tem dono e é de quem está dentro dos "partidos que estão envelhecidos" e que "não souberam fazer a transição para um novo paradigma".
É preciso "devolver às pessoas a sensação de que contam", "achar novas formas de comunicação que tornem a JSD e o PSD em algo atrativo, para trazer os melhores, os que pensam mais, os que se dão a esse trabalho para que isso se possa materializar em propostas na AR, presença na sociedade civil mais acentuada, nas escolas".
A JSD escolhe o sucessor da Margarida Balseiro Lopes no Congresso da juventude 'laranja', em abril, sendo que há uma certeza: será alguém da atual direção a continuar no caminho da 'jota'.