O invulgar cenário que rodeia o Palace Hotel em plena Serra do Buçaco, envolve numa aura de magia todo o conjunto arquitetónico, onde o restaurante é um lugar especial: pela sala, requintada e de ambiente distinto, e pela cozinha, de faceta contemporânea, de onde saem pratos com assinatura de um chef que aposta nos bons produtos regionais.
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A luxuriante mancha verde da Mata Nacional do Buçaco, um tesouro botânico de inigualável beleza, serve de enquadramento perfeito ao Palace Hotel do Buçaco.
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Uma joia arquitetónica em estilo neomanuelino, construída no final do século XIX, segundo o traço do arquiteto e cenógrafo do teatro S. Carlos, o italiano Luigi Manini.
Os apontamentos inspirados na Torre de Belém e no mosteiro dos Jerónimos integram-se na recriação da epopeia dos Descobrimentos, acentuada nos magníficos frescos da autoria de João Vaz, retratando cenas marítimas de Os Lusíadas, e que embelezam a sala do restaurante.
O teto neomourisco e o soalho construído com madeiras exóticas completam o cenário invulgar de um espaço único, requintado, de ambiente distinto e onde todos os pormenores fazem a diferença.
Mesas postas a rigor; baixela e copos a condizer.
A ementa, da autoria de Miguel Silva, revela aposta nos bons produtos da região, trabalhados de acordo com técnicas modernas; um caminho que o jovem chef, natural de Coimbra, entende como sendo o futuro.
As boas-vindas do líder da cozinha foram dadas com bombons de alheira, muito saborosos; empadinhas de cabidela de leitão e enroladinhos de farinheira. O Buçaco branco 2002, fez - com galhardia - as honras da casa nesta ocasião especial.
Um bom prenúncio do que viria seguir, consubstanciado numa entrada que exaltou um produto iconográfico da região: folhado de leitão com gel de frutos do bosque e salada primaveril.
Para acompanhar, o Buçaco rosado reservado 2016 esteve à altura.
O prato de peixe - supremo de pescada, arroz malandro do Baixo Mondego e lingueirão - atingiu a perfeição. Pela magnífica textura de sabores, frescura dos produtos do mar da Figueira da Foz e empratamento.
Uma verdadeira exaltação dos sentidos, tão harmonioso foi o resultado final deste prato, harmonizado com Buçaco Branco reservado 2105.
Em seguida, a aba de novilho da raça marinhoa DOP confitada e espuma de açorda de coentros revelou-se a contento, mas sem atingir o brilhantismo do prato anterior.
Para acompanhar, Buçaco Tinto reservado 2002, subtraído ao repouso na mítica cave do hotel, a famosa, resguardada e histórica «biblioteca», onde repousam vinhos desde 1944 (1.º branco) e de 1945 (1.º tinto).
Para terminar, um pudim abade de Priscos, sorbet de tangerina e telha de chocolate, que não dispensou um Porto LBV.
Na lista, destacam-se, entradas frias e quentes, em que o queijo de Rabaçal e a alheira de Mirandela são alguns dos protagonistas.
Referência para a sopa de peixes da costa atlântica, ovas de pescada e algas
Nos pratos de peixe, várias propostas - robalo de Aveiro ao vapor, crosta de caranguejo e arroz de choquinhos à pé descalço; imperador dos Açores corado, feijoada e espuma de coentros - e nas opções de carne - barriga de leitão de 24 horas, croquete panado de seu torresmo, cebola de escabeche; bife de novilho marinhão DOP com molho de Buçaco tinto 2015 são duas sugestões.
Um carro de queijos reforça a aposta nos produtos nacionais de qualidade.
Nas sobremesas, o excelente morgado do Buçaco, telha de amêndoa com noz caramelizada e mousse de queijo da Serra simboliza a tradição,
Carta de vinhos de muito bom nível. Serviço competente e simpático nesta casa que é uma ode aos sentidos: Restaurante do Palace Hotel do Buçaco.
Onde fica:
Localização: Mata Nacional do Bussaco, 3050-261 Mealhada
Telef.: 231 937 970