
Teresa Dias Mendes/ TSF
No dia em que lança o Livro " A minha prisão", Isaltino Morais fala na TSF sobre as expectativas em relação às próximas eleições legislativas e presidenciais.
Não pensa no regresso imediato à política, mas a política corre-lhe no sangue. E fala sobre a situação do país, o desencanto com o atual Governo de coligação, admitindo votar, nas próximas eleições legislativas, pela primeira vez, à esquerda. Num dos pequenos partidos que se candidata ao Parlamento.
Isaltino Morais diz que a política precisa de gente nova. Quanto às presidenciais fala de uma estratégia, bem sucedida até aqui, de Marcelo Rebelo de Sousa. Parece-lhe, a esta distância, o candidato melhor posicionado à direita para o confronto com Sampaio da Nóvoa, que vê capaz de federar a esquerda. E deixa o aviso "não são favas contadas", se o candidato da direita só for para o terreno depois de outubro.
No dia em que lança o livro "A minha prisão", um diário dos 427 dias em que esteve preso, e no qual relata as rotinas dentro do estabelecimento prisional da Carregueira, Isaltino Morais realça que foi muito bem tratado pela população prisional e que fez amigos improváveis. Diz que o Estado demite-se das responsabilidades pelo recluso, quando este entra na prisão. Falta de assistência médica, comida quase sempre má e as greves dos guardas prisionais que ferem os mais elementares direitos de quem está preso. "O tempo na Carregueira foi uma descida aos infernos".
Diz que exorcizou todos os demónios dentro da prisão e que não guarda ressentimentos. Mas não deixa de apontar nomes. Luís Marques Mendes, Paula Teixeira da Cruz e Noronha do Nascimento são três personalidades que acusa de terem pressionado a justiça para a sua prisão, porque sim.
A escrita foi uma terapia dentro da prisão. Há mais dois livros na forja. Agora que já voltou a olhar para o espelho e a reconhecer-se.