Ricardo Araújo Pereira trata com invulgar acuidade a relações do humor com a morte.
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O mote para o tema da morte foi sugerido pelo primeiro Congresso Internacional da Morte, levado a cabo em Guimarães, pelo Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo e Globalização.
A TSF foi conhecer o interior dos trabalhos e recolheu diversos depoimentos, que apresenta no programa emitido, esta sexta-feira, a 1 de novembro, dia de maior visita aos cemitérios.
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A profusão de temáticas dificultou a seleção agora tocada pelas mãos do sonoplasta Mésicles Helin que também exerce funções de psicólogo clínico nas casas de saúde de S. João de Deus. Destacamos, por inédito, a entrevista de Ricardo Araújo Pereira, que trata com invulgar acuidade a relações do humor com a morte.
Reveladoras são as informações de como dar "as notícias funestas" por Nuno Gil, médico oncologista, na Fundação Champalimaud. Isabel Galriça Neto, médica, no hospital da Luz, defende que os cuidados intensivos não são " atos falhados da medicina".
António Maia Gonçalves, médico de emergência, da Casa de Saúde da Boavista, no Porto, lembra que os cuidados intensivos vêm dos anos setenta. E que, apesar de tudo, a medicina é uma ciência de incertezas.
"Secadores de lágrimas"
Por seu lado, Eduardo Carqueja, médico especialista em luto, não retira a culpa, a raiva e a depressão dos caminhos da morte. O jornalista Eduardo Jorge Madureira dá notas menos positivas à comunicação social pelo tratamento indecoroso e "vampirizado", como muitas vezes aborda o tema da morte.
O teólogo biblista Herculano Alves assinala as mil vezes que o tema da morte é tratado na bíblia. O bispo de Bragança, D. José Cordeiro, almeja por uma reforma litúrgica urgente dos rituais católicos da morte, para que "a encomendação da almas" possa ter tratamento menos chocante.
Por fim, Susana Magalhães, investigadora de bioética, deixa um tom positivo ao defender que a morte não é um fracasso e que o que importa é apostar na vida: essa é que certa! Completam, esta abordagem do fim da vida três poemas de Fernando Pessoa, Khalil Gibran e Rainer Maria Rilke.