
Joana Carvalho Reis/TSF
Joana Cantante trabalhava no McDonald's para cumprir o sonho de se tornar uma CSI. Cinco anos depois de ser entrevistada pelo Expresso, o que é feito de Joana e do seu sonho?
Corpo do artigo
Há cinco anos, numa entrevista ao Expresso, Joana Cantante surgia como um exemplo de quem trabalhava para estudar. Na altura, frequentava o curso de Ciências Forenses e Criminais, no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz.
Joana vivia em Setúbal e todos os dias passava mais de três horas em transportes públicos. Para seguir o sonho de se tornar uma CSI portuguesa, ingressando na Polícia Judiciária, Joana tinha de trabalhar no McDonald's.
TSF\audio\2017\09\noticias\18\mtsf_joana_carvalho_reis_pjg_joana_cantante
O curso só existia no ensino privado e Joana pagava 300 euros de propinas mensalmente, a que se juntavam cerca de 130 euros de passe para os transportes públicos. Um percurso que começava no autocarro 601 da TST, passava pelo comboio da CP e depois pelo metro de superfície em Almada.
O tempo era contado ao segundo. Um atraso de dois minutos podia custar-lhe uma hora de espera e precisava de articular horários da escola e do trabalho.
Foram três anos difíceis, com alguns sacrifícios. Reconhecer que prescindiu de muito, mas não se arrepende. O trabalho deu-lhe estofo, diz. A recompensa chega mais tarde.
Joana terminou o curso em três anos e começou a procurar emprego. Mas as vagas são poucas, há poucos concursos para a Polícia Judiciária e mesmo nos laboratórios de análise é difícil entrar.
Cinco anos depois, ainda não conseguiu. Por isso, continua a trabalhar no McDonald's. Não deixou cair o sonho. Continua a enviar currículos e já estabeleceu um plano: se não conseguir emprego na área no próximo ano, vai voltar a estudar ou tentar a sorte fora do país. Talvez juntar-se aos pais, que emigraram para França. Mas não vai desistir.
De Setúbal a Almada. A repórter Joana Carvalho Reis entrou no 601 com Joana Cantante, a jovem que sonha ser CSI.