Em entrevista à TSF, Gabriel O Pensador fala sobre o seu novo álbum.
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"Tô Feliz (Matei o Presidente)" foi o sugestivo cartão de apresentação de Gabriel O Pensador há 30 anos. "Lôraburra", "Retrato de um Playboy (Juventude Perdida", "Indecência Militar" ou "Lavagem Cerebral" foram outras marcas da pegada musical de um dos pioneiros do hip hop brasileiro. Gabriel Contino, carioca, filho de uma jornalista e de um médico, e que até esteve para se chamar Pablo, nasceu no Bairro Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, mas cedo se mudou para São Conrado, na zona sul, onde cresceu com a favela da Rocinha como postal sempre presente e inevitável convívio diário.
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Começou pelo surf, e ainda agora de visita promocional a Portugal apanhou ondas na Ericeira, mas só com "Thriller" de Michael Jackson se começou a interessar pela música, pelo breakdance e, depois, por compor.
A primeira apresentação foi num baile funk na Rocinha mas "ter ideias e um microfone" não chegava. Começava a ter palcos (até porque antes de ter alguma coisa editada já havia, no meio musical, quem o conhecesse em São Paulo) mas Gabriel queria chegar às rádios e às TVs e para isso precisava de gravar um disco, de preferência com uma editora grande.
Foi a Sony que apareceu em 1993 com um contrato para Gabriel O Pensador, que incluiu no álbum homónimo de estreia a censurada "Tô Feliz (Matei o Presidente)" já depois do impeachment e da destituição do presidente brasileiro Fernando Collor de Melo.
A história de Gabriel escreve-se depois ao longo de 30 anos também com livros, prémios e sucesso internacional com mais sete álbuns, sendo que o último "Antídoto Para Todo o Tipo de Veneno", surge onze anos depois de "Sem Crise".
No novo disco, Gabriel reuniu vários produtores e diferentes participações celebrando a "Festa da Música" com outros rappers como Black Alien ou Xamã que se juntou a Lulu Santos para a recriação, vinte e cinco anos depois, de "O Cachimbo da Paz".
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Gabriel Contino comemora 50 anos em março do próximo ano mas continua, como em 1993 (até antes), a refletir sobre os problemas atuais da sociedade. Alguns mantêm-se outros são novos mas nada escapa à escrita fina d`O Pensador que esteve para se chamar Pablo mas, graças ao livro "Cem Anos de Solidão", de Garcia Marquez ficou Gabriel como o escritor colombiano.
Profecias!