A noite do Porto: "A polícia está onde faz falta"
Para reforçar a segurança na cidade do Porto, 50 agentes da PSP foram mobilizados para as Equipas de Policiamento de Visibilidade, que funcionam 24 horas por dia e estão presentes nas áreas mais críticas da cidade. A TSF acompanhou uma destas noites.
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É na unidade móvel de atendimento da PSP, na Estação do Metro da Trindade, que as equipas organizam o turno da noite.
O subcomissário da PSP, Rui Rodrigues, começa por explicar a missão. "O conceito prende-se muito com um policiamento aleatório, se virmos qualquer situação que possa justificar algum tipo de atuação. Isto não se aplica apenas a situações de indivíduos suspeitos, um dos trabalhos destas equipas é falar com comerciantes, com pessoas que têm um papel muito ativo na sociedade e que conseguem ter uma perceção diferente daquilo que são as necessidades da cidade a nível do policiamento e até a nível do sentimento de segurança. O objetivo desta iniciativa é incrementar o sentimento de segurança da população."
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Da Trindade, a equipa da PSP sobe em direção à zona dos bares na baixa do Porto. "Aqui há maior presença policial, porque a grande afluência de pessoas possibilita que aqueles que querem perpetrar determinadas ações criminais ou qualquer tipo de instabilidade, aproveitem o facto de haver uma maior facilidade devido ao grande volume de pessoas", explica o subcomissário.
Descemos a Rua da Picaria e junto ao túnel de Ceuta os polícias abordam um suspeito. "Muitas das vezes as pessoas quando veem a polícia, numa grande parte dos casos percebemos a posteriori o motivo, têm a tendência inata de se desviarem e foi o que aconteceu. Aquele cidadão ao aperceber-se da polícia rapidamente tentou desviar-se, baixou a cabeça e tentou passar despercebido. Isso naturalmente levanta suspeitas. Neste caso o procedimento é fazer a abordagem, questionamos o porquê daquele comportamento e tentamos verificar se existe algum objeto ilícito em sua posse, nomeadamente estupefacientes ou inclusive armas."
A passagem de grupos de polícias vai despertando alguma curiosidade e espanto. Luís e Soraia são dois amigos e aplaudem a iniciativa da PSP: "Acho importante, sinto-me mais segura, porque se acontecer alguma coisa ou se vir algo estranho tenho alguém a quem recorrer". Luís diz que prefere "ver polícia na rua do que não ver polícia na rua. Se calhar há pessoas que não veem polícia na rua e se sentem seguras, mas comigo é exatamente o contrário. Prefiro ver polícia na rua, porque sinto-me mais protegido."
A Equipa de Policiamento de Visibilidade segue para as ruas da Galeria de Paris e Cândido dos Reis. A patrulha é interrompida pelo condutor do camião de recolha do lixo. Por causa de carros mal estacionados, a passagem está bloqueada. "Isto é uma outra das consequências do nosso patrulhamento, surgem situações em que as pessoas precisam do nosso auxílio. Neste caso em concreto, há uma viatura que está indevidamente estacionada, que está a dificultar a passagem do camião. Vamos tentar perceber se há informações acerca do proprietário, naturalmente sem prejuízo da viatura em casa ser autuada, no sentido de tentar proceder ao contacto para remover a viatura", explica o subcomissário Rui Rodrigues.
Percorrida a zona da movida, a equipa da PSP sobre até ao edifício do DIAP, junto a Gonçalo Cristóvão, as arcadas pouco iluminadas costumavam ser escolha de muitos toxicodependentes, mas desde que as equipas de Policiamento de Visibilidade começaram a ser visita habitual o espaço está vazio.
O subcomissário Rui Rodrigues afirma que a missão está cumprida quando "as pessoas sentirem que a polícia na cidade do Porto está na rua, está perto das pessoas, está onde faz falta".
O trabalho das Equipas de Policiamento de Visibilidade é completado pelas unidades móveis de atendimento da PSP, que funcionam 24 horas e que vão percorrendo os locais de maior concentração de pessoas, como a Ribeira, Praça da Batalha, Aliados, Trindade ou casa da Música.
