
Entrada na aldeia de Nodeirinho, Pedrogão Grande
© Pedro Granadeiro/Global Imagens
Marcelo Rebelo de Sousa inaugura um memorial às vítimas de Nodeirinho, uma aldeia de Pedrógão Grande, onde morreram 11 pessoas.
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João Viola, habitante de Nodeirinho, é o artista autor do memorial às vítimas da aldeia. Está a dar os últimos retoques no monumento quando passa de carro Sebastião Esteves. Vai à vila levantar dinheiro e para para apreciar a obra.
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- Como está senhor Esteves?
- Não há mais nada a fazer ali?
- Leva o "letreiro", como você diz, e atrás leva os nomes dos falecidos.
- E aquelas asas de ferro o que significam?
- Significam que é um anjo. A pedra grande é um anjo e a pedra mais pequena são as pessoas que se salvaram aqui no tanque. O anjo que protegeu as pessoas.
- Talvez, talvez...
- [É uma asa] dum ponto de vista mais moderno, mais contemporâneo.
- Pois, pois, pois...
Duas lajes grandes de xisto, uma asa em ferro. Em baixo, mais pequenas, duas pedras: uma preta, outra branca. "A preta simboliza a ligação à terra e a branca uma luz, um elo de ligação ao céu".
Tudo em linhas muito retas, sem pinturas, sem adornos, sem rococós. "Nada faraónico, uma coisa simples como nós", explica o artista.
À volta, um jardim colorido e 11 árvores, uma por cada vítima mortal, cujos nomes vão estar inscritos na parte de trás.
- "E à frente leva a data e vai ser inaugurado pelo senhor Presidente da República. Contamos que você também venha cá, senhor Esteves."