A rábula de Centeno em que Rio é "comerciante sem escrúpulos" com "truques baratuchos"
Centeno trocou os números pelas letras e contou a história de Rui Rio, um tal de "comerciante sem escrúpulos" que vende sempre o mesmo velho carro, apenas com uma pintura novinha em folha.
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Com a estátua de Bocage bem em cima do púlpito do comício do PS, em Setúbal, Mário Centeno surgiu inspirado e pronto a contar a história da noite, provavelmente a história da campanha socialista.
"Onde é que é a câmara?" A primeira pergunta estava feita e era o início de uma história no qual o líder do PSD é protagonista, mas não pelas melhores razões. Não era só uma câmara, eram muitas, e estavam todas apontadas a Centeno. O Cristiano Ronaldo das Finanças tinha todas as atenções viradas para si. Quem diria há quatro anos que ia ser assim.
Mas vamos à história que começa com um apelo direto ao presidente social-democrata. "Olá, dr. Rui Rio. Boa noite. Sei que está sempre muito atento ao que digo, estou a falar para si", começa por dizer Centeno.
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"A sua magia não é nada de especial, funciona como a dos comerciantes com poucos escrúpulos que aumentam o preço antes da época dos saldos", esclarece Centeno, notando que a essa atitude "os portugueses chamam aldrabice".
Centeno explica que, neste conto, "Rio insuflou de receita fiscal, receita totalmente inventada e depois diz que a vai baixar". "Mas vai baixar o quê? Vai baixar a receita de impostos que inventou, elimina o que não existe, uma pura ilusão", brinca Centeno, numa comparação às medidas sobre impostos presentes do programa social-democrata.
Mas há mais. No fundo, Centeno conta que o que o PSD "vende é o mesmo velho carro, agora sem motor, com uma pintura novinha em folha". No fundo, trata-se da tentativa de "um truque baratucho que normalmente acaba em liquidação total", tal e qual as lojas antes do fecho.
Da história, para a realidade e traduzido em números, porque disso Centeno percebe, é isto que está em causa: "Na realidade, Rio escreveu nas letras muito pequeninas do prospeto de venda um verdadeiro aumento de IRS para 2,5 milhões de famílias portuguesas mais pobres que passariam a pagar 40 euros por ano, mais IRC para 300 mil PME."
Depois da rábula, o regresso ao discurso e às questões que Centeno não quis deixar passar despercebidas. Quem protege a Segurança Social? Quem protege as poupanças? Quem protege os rendimentos? Quem nos protege da instabilidade? As perguntas foram levantadas por Centeno e todas elas tinham uma só resposta: "O PS."
O governante relembra que "o PS que acrescentou 22 anos de estabilidade", aumentou as pensões, capitalizou a CGD, reduziu o IRS e conseguiu "contas públicas credíveis". Assim, Centeno considera que "ninguém tem de pôr em causa a estabilidade da economia".
"O PSD não fala para o centro, fala para dentro. Como PSD está vazio o que ouve é um eco. E é por isso que diz todos os dias a mesma coisa", atirou, acrescentando que "desde que o INE atualizou contas, Rio deixou de falar das contas".