No Dia Mundial da Rádio, a TSF visita a Rádio Universitária do Algarve
Corpo do artigo
“Estamos a um minuto das 9 horas da manhã, é altura de encerrar a primeira hora deste Café Duplo”, ouve-se no éter. Mariana Correia é a voz que todos os dias inicia as emissões na RUA FM. A Rádio Universitária do Algarve existe há cerca de duas décadas e trabalha principalmente para a comunidade académica. No entanto, por ser a única rádio com emissão baseada em Faro, acaba por fazer mais do que isso. “Temos uma missão também de serviço público, somos uma rádio muito virada para a cultura e são esses trunfos que vamos buscar para nos integrarmos no mercado fora da universidade”, explica o diretor de informação e conteúdos da RUA.
Tiago Griff, que foi jornalista de um jornal nacional e abraçou este projeto há algum tempo, conta que esta rádio faz questão de estar presente em eventos marcantes da região, como os Festivais F, em Faro, e Med, em Loulé. “São festivais grandes e aí temos uma visibilidade gigantesca”, afirma. “As pessoas começam a ouvir a emissão da Rádio Universitária nesses locais e acabam por se tornar nossos ouvintes”, conta.
A RUA tem programas de manhã e ao fim da tarde, no entanto, a emissão não para nas 24 horas do dia. Têm voluntários que ali vão dar o seu contributo, mas não é caso de Mariana. Fez o curso de Ciências da Comunicação, está nesta altura com um estágio profissional e admite que, ao princípio, nunca pensou abraçar este trabalho. Mas o “bichinho da rádio” pega-se. ”Ao princípio não queria rádio, mas quando vim ver as primeiras emissões fiquei: 'Uau!' Quis mesmo experimentar”, relata. Conta que, por vezes, levantar cedo para abrir as emissões de manhã é difícil, mas o entusiasmo supera tudo.
Nesta rádio não se ouve apenas música, a informação também não é esquecida: todos os dias a RUA FM faz a ligação a um jornalista de um jornal regional, o Sul Informação, que informa sobre as notícias da atualidade.
Voltada sobretudo para um público jovem, nos seus cerca de 22 anos de atividade (começou a primeira emissão em 2003) esta rádio universitária teve que se reinventar. Criou podcasts, tem um site e está no YouTube.
Tiago Griff acredita que a rádio, este meio de comunicação a quem vaticinaram a morte quando surgiu a televisão, consegue sempre superar-se e ainda tem muito para dar. Conta que há pouco tempo perceberam que havia público na RUA que gostaria de ter informações e relatos de jogos de futebol do campeonato distrital. E aos domingos começaram a acompanhar as partidas. ”O imediatismo, aquela emoção dos relatos que temos tido, mostra que a rádio não está morta, nem pouco mais ou menos”, sentencia.