A Rosa Luxemburgo é uma das duas repúblicas feministas existentes em Coimbra. A TSF pediu licença para entrar e sentou-se à mesa, à volta de ideias e ideais, numa casa comunitária plural, mas com princípios sociais comuns: o anticapitalismo e o feminismo são alguns deles.
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Foi fundada, em 1972, por Fernanda Mateus, "a bombista". Uma militante do PCP, que distribuía panfletos junto à universidade contra a ditadura. Acabou presa e, quando saiu em liberdade, decidiu criar uma república de mulheres.
Ana Fonseca, atual membro da República Rosa Luxemburgo, conta-nos a história desta que é uma das duas únicas casas comunitárias exclusivamente de mulheres em Coimbra - outras repúblicas femininas nasceram nos anos 1980, mas não resistiram. Já esta sempre foi uma casa de estudantes mulheres, embora nem sempre tenha sido feminista.
Na história está uma ligação forte ao PCP, o Partido Comunista Português, mas hoje a militância é mais social, e o feminismo é uma delas. Entre as paredes pintadas da Rosa Luxemburgo - onde se vêm frases marcantes ou as datas que assinalam os centenários da República - respeitam-se agora várias ideologias, formas de pensar, e opiniões.
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É precisamente na cidade dos estudantes que a Rede de Jovens para a Igualdade organiza, esta sexta-feira, o IV Encontro Nacional de Jovens Feministas, sob a alçada do tema "Feminismo Ecológico e Social" - e as portas da Rosa Luxemburgo abrem-se aos participantes do evento.
Bárbara Xavier e Joana Melo, membros da Rede de Jovens para a Igualdade, dizem à TSF que há a falsa ideia de que Portugal não é um país machista - pela posição que a mulher portuguesa tem assumido na sociedade e pelo muito que conquistou nas últimas décadas. Mas trata-se de um machismo escondido, alertam, apontando como exemplo a temática da ecologia, muitas vezes liderada por mulheres e que, tal como elas, é frequentemente ignorada.