“A vacina custa menos do que um minuto de fogo de artifício.” Castro Marim vai vacinar população mais velha contra pneumonia

Rui Manuel Fonseca/Global Imagens (arquivo)
Quando era autarca em Alcoutim, Francisco Amaral ficou conhecido por financiar operações às cataratas dos mais velhos, o que o levou a ser alvo de críticas de ministros da saúde da época: "É uma forma de abanar o sistema", explica
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É um concelho envelhecido, no distrito de Faro, onde uma vacina pode fazer a diferença. Talvez por ser médico de profissão, o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim considera que é melhor prevenir do que remediar. “Portugal é o 3.º país da Europa onde mais se morre de pneumonia”, garante o autarca.
”Estou convencido de que Castro Marim vai fazer escola e que isto se vai generalizar”, acredita Francisco Amaral. O autarca mais antigo do país considera que a medicina preventiva nem Portugal “deixa muito a desejar”.
Amaral é presidente da câmara de Castro Marim desde 2013, mas foi eleito pela primeira vez pelo PSD em dezembro de 1993 para a câmara de Alcoutim, onde permaneceu até ter sido impedido de se candidatar ao mesmo município devido à lei da limitação de mandatos. Amaral candidata-se então ao concelho vizinho Castro Marim e já se encontra no terceiro e último mandato.
Quando era autarca em Alcoutim, Francisco Amaral ficou conhecido por financiar operações às cataratas dos mais velhos, o que o levou a ser alvo de críticas de ministros da saúde da época.
”É uma forma de abanar o sistema”, afirma. Avançou também com outras campanhas de vacinação.
“Em 1995 fiz as primeiras campanhas de vacinação contra a gripe e meia dúzia de anos depois o Estado começou a fazê-las no país”, recorda.
A campanha de vacinação contra a pneumonia será dirigida numa primeira fase a pessoas com mais de 65 anos. “Numa primeira fase apontamos para 700 ou 800 pessoas. Será mais de 30 mil euros, mas nada de especial. É menos do que um minuto de fogo de artifício numa passagem de ano”, diz com ironia.
Esta campanha, que tem início no dia 6 de janeiro, conta com a colaboração das juntas de freguesia, das instituições de solidariedade social, das farmácias locais e da Unidade Móvel de Saúde de Castro Marim que se deslocará aos locais mais isolados do concelho.