Quanto à aprovação do Orçamento de Estado, o líder social-democrata não fecha a porta a negociações, mas lembra que António Costa "pretende fazer governação à esquerda".
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O candidato à liderança do PSD Rui Rio afirmou hoje acreditar numa vitória nas eleições de dia 11, "eventualmente até na primeira volta", notando que, se perder, "não há desespero nenhum".
"A vitória não é garantida em eleição nenhuma, portanto aqui também não é. O que eu penso é que o mais normal é ganhar, eventualmente ganhar até à primeira volta. Mas, se não ganhar, não há desespero nenhum. É o que os militantes entenderem", disse o atual presidente social-democrata, em declarações aos jornalistas à margem de um encontro com a Comissão de Honra Distrital do Porto, na qual destacou a presença de várias personalidades independentes.
Quanto ao encontro de hoje entre o PS, o BE e o PCP com vista à aprovação do Orçamento de Estado, Rui Rio lembrou que os socialistas deixaram clara a intenção de uma "governação à esquerda", frisando não ter pedido "margem nenhuma" para negociações com o PSD.
"Relativamente ao OE, toda a gente sabe, o primeiro-ministro deixou claro e é consequente com isso: pretende fazer governação à esquerda. Não com 'geringonça' oficializada, mas com uma 'geringonça' que vai concertando os pontos que entende ver concertados", observou. Questionado sobre se não deixa margem para o PSD, Rio respondeu: "Nem eu pedi margem nenhuma".
Rio esclareceu ainda que o debate e as negociações sobre o OE são independentes das grandes reformas do Estado que defende e em relação às quais deve haver entendimento com o PSD.
"O OE é uma peça importante onde se podem apontar algumas reformas mas não as reformas de fundo, estruturais, que podem carecer de consenso partidário alargado", justificou.
Referindo-se ao almoço com a Comissão de Honra Distrital, Rio destacou a presença de personalidades independentes, por mostrarem que "a sociedade civil se revê mais num PSD" liderado por si "do que liderado por outro".
Integram a Comissão de Honra Distrital da candidatura de Rui Rio nomes como o do Padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Sebastião Feyo de Azevedo, ex-reitor da Universidade do Porto, o economista Daniel Bessa ou o ex-ministro e ex-governador civil do Porto Carlos Brito.
A Comissão é ainda composta pelo ex-ministro das Finanças do PSD Miguel Cadilhe, pelo ex-ministro da Agricultura Arlindo Cunha, pelo economista e ex-ministro Silva Peneda ou por António Tavares, presidente da Santa Casa da Misericórdia do Porto.