O desmoronamento de domingo na praia Maria Luísa, em Albufeira, teve uma dimensão três a quatro vezes superior ao ocorrido em 2009, segundo a Agência do Ambiente.
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De acordo com uma estimativa feita à Lusa pelo diretor regional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Sebastião Teixeira, o peso do bloco que desmoronou no domingo à tarde equivale a 1.000 toneladas, embora os cálculos definitivos ainda não estejam feitos.
"Em termos de frente, foi três a quatro vezes superior ao acidente de 2009", afirmou o responsável, indicando que o volume dos destroços decorrentes do acidente de 2009 tinha sido de 140 metros cúbicos, enquanto agora foi de 400 metros cúbicos.
As arribas da praia Maria Luísa têm uma altura média de 12 metros e o leixão que desmoronou em 2009 tinha "cerca de um terço do tamanho", acrescentou. O incidente de domingo ocorreu na zona poente da praia, exatamente no extremo oposto do local onde, a 21 de agosto de 2009, cinco pessoas morreram soterradas. Desta vez não houve vítimas a registar.
Esta tarde, o ministro do Ambiente pediu cautela aos banhistas. João Pedro Matos Fernandes disse ainda à TSF que as medidas de emergência para as áreas vulneráveis não passam por obras pesadas mas por provocar a queda das arribas de forma controlada quando se prevê que se vão desmoronar.
João Pedro Matos Fernandes sublinha que assim se está a defender a paisagem do litoral do Algarve.
O acesso à praia Maria Luísa foi restabelecido logo após terem terminado as operações, ao início da madrugada de hoje, e durante a baixa-mar estiveram na praia técnicos da APA a fotografar as arribas, imagens que serão depois observadas para analisar a eventual existência de fissuras.
Com a ajuda de três retroescavadoras, foi formada uma cintura de escombros na base das arribas contíguas que o mar deverá "remover e incorporar como areia da praia", possivelmente durante o inverno, acrescentou Sebastião Teixeira.
A colocação dos detritos na base das arribas é uma prática comum sempre que há uma derrocada ou um desmonte controlado, uma medida que visa dissuadir da permanência de pessoas na base das arribas, concluiu.
Em declarações à Lusa, o comandante da capitania do porto de Portimão lembrou que nas praias do Algarve não existe qualquer zona interditada a banhistas, o que significa que as autoridades não podem impedir a permanência nas zonas de risco.