Piloto foi capturado com vida pelo Exército Nacional Líbio. O Ministério da Defesa garante à TSF que não se trata de um militar ao serviço das Forças Armadas Portuguesas.
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Um avião pilotado por um português, alegadamente um mercenário, foi abatido na Líbia ao sobrevoar Tripoli.
O piloto do caça Mirage F.1ED sobreviveu mas foi capturado pelas forças do Exército Nacional Líbio do general Khalifa Haftar, avançam as agências de notícias turca Anadolu e a italiana ANSA.
"O piloto, de origem portuguesa, foi detido", explica um comunicado das forças pró-Haftar.
Contactado pela TSF, o Ministério da Defesa afirma que não se trata de um militar português.
Ao que tudo indica soldado estaria ao serviço do Governo Nacional da Líbia (GNA), reconhecido pela ONU.
Num vídeo publicado pela imprensa líbia, o piloto, ainda ensanguentado e a receber tratamento médico, diz que chama Jimmy Reis, que tem 29 anos, é proveniente de Portugal, e foi contratado para destruir estradas.
O jornal The Libyan Address publica ainda um vídeo que mostra imagens de destroços no local onde o avião se despistou.
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Avião não estava ao serviço da UE
Contactado pela TSF, o porta-voz da Operação Sophia, da União Europeia, o Coronel Antonello Sonino, da da Marinha italiana, garante que "não há qualquer hipótese" de que o piloto abatido estivesse ao serviço da Força Europeia que combate a emigração ilegal, apesar de ter sido noticiado.
A mesma fonte sublinha que a operação militar que procura combater o tráfico humano no Mediterrâneo, não tem "qualquer Mirage F1 ao seu serviço". É um avião deste tipo que o Exército Nacional Líbio diz ter abatido esta manhã, e a bordo do qual estaria o piloto que alega ser português.
A TSF contactou também a Secretaria de Estado das Comunidades que diz que por enquanto "não é possível avançar nenhuma informação".
A Líbia tem sido vítima do caos e da guerra civil desde que, em 2011, a comunidade internacional contribuiu militarmente para a vitória dos diferentes grupos rebeldes sobre a ditadura de Muammar Khadafi (entre 1969 e 2011).
Os combates opõem as forças do Governo de Acordo Nacional, reconhecido pela comunidade internacional, ao Exército Nacional Líbio proclamado pelo marechal Haftar, homem forte do leste líbio que ordenou, em 04 de abril, a conquista da capital, Tripoli.
Segundo as Nações Unidas, os confrontos já causaram pelo menos 432 mortos, 2.069 feridos e mais de 55 mil deslocados.
Os dois lados acusam-se mutuamente de recorrer a mercenários estrangeiros e de beneficiar do apoio militar de potências estrangeiras.
Notícia atualizada às 16h48