"Absolutamente preocupante." Argumentos da ministra da Justiça não convencem PSD
Deputada Mónica Quintela afirma que o partido não está nada convencido e quer explicações de António Costa.
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Nada convencido com os argumentos da ministra da Justiça, o PSD quer ouvir explicações do primeiro-ministro sobre a escolha de José Guerra para o cargo de procurador europeu. Os social-democratas desafiam António Costa a dizer se considera aceitável que Francisca Van Dunem desconhecesse um documento enviado para a representação portuguesa junto da União Europeia, que consideram ter sido decisivo na nomeação do procurador.
"Queremos que o senhor primeiro-ministro declare se considera aceitável que um ministro nomeado por ele desconheça um documento que é de fundamental importância e que é enviado para o Conselho da União Europeia. Queremos saber o que é que o primeiro-ministro entende sobre um ministro nomeado por ele e que exerce, desta forma, as suas funções", explicou à TSF a deputada Mónica Quintela.
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Sobre este caso, a ministra da Justiça considerou no sábado à noite, em entrevista à RTP, tratar-se de um "empolamento injusto" que envenena a vida política. Francisca Van Dunem fez questão de sublinhar que "está ansiosa" por poder dar explicações aos deputados no Parlamento mas, para já, o PSD, que pediu a audição, não se mostra convencido.
"É absolutamente preocupante que a senhora ministra diga que não viu, isto é inacreditável. Como é que a ministra da Justiça não vê um documento que não é uma qualquer carta feita por um qualquer administrativo. É um documento que vai estribar toda a documentação do Estado português para o Conselho da União Europeia, para justificar porque é que não escolhe a procuradora que o comité internacional escolheu", acrescentou a deputada do PSD.
A audição da ministra no Parlamento, pedida pelo PSD, ainda não está agendada. Noutra reação às palavras de Francisca Van Dunem, a Iniciativa Liberal acusa o Governo de ter tido "uma gestão sinistra" no processo de nomeação de José Guerra.
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Numa posição do partido divulgada nas redes sociais, a Iniciativa Liberal defende que o Executivo socialista "não só atropelou o princípio do mérito como fundamentou a candidatura em factos falsos".
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