Abuso de crianças é o crime "mais monstruoso e mais repugnante que pode haver"
Manuela Eanes assinala que já quando ajudou a fundar o Instituto do Apoio à Criança, há 40 anos, se assinalava que os maus-tratos a crianças "são o pior que pode acontecer".
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A presidente honorária do Instituto do Apoio à Criança (IAC), Manuela Eanes, vê no abuso sexual de crianças o crime "mais monstruoso e mais repugnante que pode haver" e diz-se igualmente chocada quando o perpetrador é "um magistrado, um padre ou um pai".
Em Loulé, num evento em que esteve também presente o ex-Presidente da República António Ramalho Eanes, assinalou que "já há 40 anos", quando foi fundado o IAC, se alertava que "maus tratos às crianças são o pior que pode acontecer" e, num recado à magistratura, avisa que "estas pessoas têm de ir para a psiquiatria, são doentes".
"Como é que uma pessoa não tem de ir para a psiquiatria quando abusa de uma criança?", alertou em declarações à TSF. Manuela Eanes lamenta também o "medo" das vítimas em denunciar casos e explica que foi por essa mesma razão, que foi criada a linha "SOS Criança, que é um serviço confidencial" com quem "podem falar e não apanhar uma tareia".
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Católica assumida, e desafiada a avaliar a reação da Igreja Católica aos casos revelados, Manuela Eanes diz "ficar sempre chocada quando é um magistrado, quando é um padre ou quando é um pai" e realça que "as crianças, como diz Mandela, são o projeto mais belo e mais importante da Humanidade".
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O Instituto de Apoio à Criança (IAC), fundado em 1983 por Manuela Eanes, na altura primeira-dama de Portugal, é uma instituição de solidariedade social portuguesa que vista promover e proteger os direitos da criança.
Ramalho Eanes inaugurou percurso eco botânico
O ex-presidente da República António Ramalho Eanes inaugurou em Querença, no concelho de Loulé, no Algarve, o percurso eco botânico Manuel Gomes Guerreiro, que classificou como "um homem exemplar" e um "motor de inspiração", de quem foi amigo.
" [...] É uma comemoração de vida, um homem que foi exemplar, e devemos comemorar para nos lembrarmos dele como fonte, como motor de inspiração na nossa ação em prol do país, em prol da região", disse Ramalho Eanes aos jornalistas durante a visita ao novo percurso.
Acompanhado pela mulher, Manuela Eanes, o primeiro Presidente português democraticamente eleito após a Revolução de 25 de abril de 1974 plantou uma oliveira naquele que foi apresentado como o único jardim mediterrânico in-situ do Algarve.
O percurso eco botânico Manuel Gomes Guerreiro foi construído por iniciativa da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, com sede em Querença, sendo "o primeiro a nível nacional exclusivamente dedicado à flora mediterrânica".
O novo jardim fica situado na encosta sul da pequena povoação de Querença, no interior do Algarve, no início da Serra do Caldeirão, uma zona pouco visitada pelos turistas, mais interessados em ficar junto à costa.
O percurso "é também uma homenagem a um país interior que é preciso acarinhar", disse o ex-presidente que defendeu ser necessário "tudo fazer" para que não haja "um país interior e um país litoral", mas sim "um país único".
Projetada pelo arquiteto paisagista Fernando Santos Pessoa, a instalação ocupa uma área de 1,5 hectares, integrando mais de uma centena de espécies, algumas delas protegidas ou em vias de extinção, incluindo árvores e arbustos, plantas medicinais, herbáceas e bolbosas.
A obra representa um investimento superior a 200 mil euros, financiados pelo Programa CRESC Algarve 2020, no âmbito do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), sendo a Câmara de Loulé parceira e cofinanciadora do projeto.
Manuel Gomes Guerreiro, que nasceu em Querença em 1919 e faleceu em 2000, foi o primeiro reitor da Universidade do Algarve e um conhecido académico e engenheiro silvícola.
A Fundação Manuel Viegas Guerreiro é uma instituição privada de utilidade pública, sem fins lucrativos, criada em 2000 que tem como objetivo ser um agente cultural promotor do desenvolvimento regional a partir do interior do Algarve.