Acesso ao ensino superior deve ter em conta esta crise, pedem sindicatos, pais e diretores

Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof
Rodrigo Antunes/Lusa
Ouvidos no Fórum TSF, os sindicatos que representam o setor defendem que, para uma situação excecional, medidas excecionais.
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Mário Nogueira, secretário-geral da Fnprof, defende que o Ministério da Educação tem que pensar num novo modelo de acesso ao ensino superior, que tenha em conta a situação que vivemos.
"Não tem que passar por exames, para uma situação excecional medidas excecionais e é preciso encontrar com o ensino superior outra forma de acesso. A nossa posição é que o acesso ao ensino superior devia passar por algo diferente".
Se o governo decidir manter os exames do 12.º ano, Mário Nogueira afirma que é necessário repensar e remarcar todas as datas. "Poderá ser necessária uma recalendarização, a primeira chamada tem que desligar para a segunda, a segunda para depois das férias do verão ou até para mais tarde. Começar o primeiro semestre e o primeiro ano, em outubro ou em novembro é indiferente desde que as coisas sejam pensadas a tempo. Por outro lado, também é preciso ter cuidado com as matérias. As provas já estão feitas, mas devem ter em conta o trabalho feito em sala de aula, presencial".
Uma ideia partilhada por Jorge Ascensão, também ouvido no Fórum TSF, o coordenador da Confederação Nacional das Associações de Pais, diz que neste momento a maior preocupação são os exames de acesso ao ensino superior e é preciso pensar num modelo de exceção.
"Neste momento não é fácil alterar o modelo de acesso e seleção, mas é possível concluir o 12.º ano. Depois, em julho, setembro, quando esta crise passar, realizar um exame que permita às universidades fazer uma seleção".
Já Manuel Pereira, da Associação Nacional dos Diretores Escolares, defende a realização dos exames de acesso ao ensino superior para que nenhum aluno seja prejudicado. "Seja qual for a decisão do Ministério da Educação, tem que ficar a funcional. Não havendo outra solução, o caminho para garantir a igualdade e equidade é garantir que haja exames, quando tiver que ser... setembro, outubro."
Também ouvido no Fórum TSF, João Dias da Silva, da FNE, defende a suspensão das provas nacionais e um novo modelo de acesso ao ensino superior.
"O acesso ao ensino superior não pode ser uma bolha imune a esta situação que estamos a viver. Temos de rever forma de acesso ao ensino superior e a avaliação interna das escolas".