O Ministério Público de Guimarães confirmou hoje que «já deu entrada» nos serviços a comunicação do acidente de domingo no Rali Sprint de Guimarães. A prioridade é ordenar a realização da autópsia aos três mortos.
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Fonte no Ministério Público (MP) de Guimarães explicou que o processo vai correr agora os trâmites «normais» em casos de morte violenta e que, «num primeiro momento», o «mais importante» é «acautelar o sofrimento das famílias das vítimas».
Uma mulher de 38 anos, o filho dela, de 8 anos, e uma outra criança, de 13 anos, morreram no domingo depois de terem sido colhidos por um carro que se despistou no final do percurso do 1.º Rali Sprint de Guimarães, ferindo ainda outras oito pessoas, duas das quais com gravidade.
Há instantes, fonte do hospital de Braga contou à TSF que o homem, de 40 anos, politraumatizado e com um traumatismo cranioencefálico, continua em estado crítico. Quanto à mulher de 18 anos, com fraturas nas pernas, mantém um prognóstico estável, sem perigo, o que permitiu que fosse entretanto transferida para o hospital da zona de residência, em Guimarães.
«Agora que o processo já deu entrada no Ministério Público, a primeira coisa a fazer será ordenar que seja feita a autópsia aos três mortos. É a prioridade nos casos de morte violenta, de forma a que seja acautelado o sofrimento das famílias das vítimas. Depois seguem-se os trâmites normais nestes casos», disse.
«Será investigado o estado da via, as condições climatéricas, ouvidas eventuais testemunhas, feitas diligências, envolvidos no acidente, constituídos ou não arguidos, aferido se houve, ou não, dolo, etc», adiantou a fonte contactada pela agência Lusa.
Um dos aspetos que o MP terá de averiguar é o local onde se encontravam os espetadores atropelados, uma vez que as primeiras informações dadas pelos bombeiros e pela organização da prova eram contraditórias.
De acordo com o segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, Joaquim Oliveira, as vítimas «estariam num talude» em «local de segurança» enquanto o diretor da prova, Eduardo Crespo, relatou que estariam «na berma» da estrada, «a caminho do local da prova», num local que «não estava vedado» mas que estava assinalado como sendo «perigoso».
Na noite de domingo, através do secretário de Estado do Desporto e Juventude, o Governo lamentou o acidente.
«As minhas palavras vão para as famílias, deixando um voto de profundo pesar pelo ocorrido. O desporto é um espaço de vida e é com grande tristeza que vimos esta manifestação desportiva associada a algo tão trágico como a perda de vidas humanas», disse Emídio Guerreiro, natural de Guimarães.
A autarquia de Guimarães lamentou, também, o ocorrido e a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) anunciou, já na noite de domingo, a criação de uma comissão de inquérito para apurar as causas do acidente.