A Entidade Reguladora para a Comunicação Social refere "apreensões sérias" no que respeita à "preservação do pluralismo" no panorama mediático português.
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Os acionistas do Global Media Group (GMG), do qual faz parte a TSF, acusam esta sexta-feira o fundo que comprou o grupo de "incumprimento quanto a obrigações relevantes dos contratos", o que terá impedido o "pagamento dos salários" aos trabalhadores.
"Existe uma situação de manifesto incumprimento por parte do World Opportunity Fund, Ltd, quanto a obrigações relevantes dos contratos, que, ao não ter ocorrido, teria permitido o pagamento dos salários e o cumprimento de outras responsabilidades da empresa", lê-se num comunicado enviado às redações.
Neste comunicado, os quatro acionistas do GMG afirmam não ter "qualquer responsabilidade" nas decisões tomadas pela nova administração e avisam que não vão deixar "de recorrer a todos os meios" para exercer os direitos legais aos quais têm direito e para "restaurar a credibilidade" do grupo e das respetivas marcas, entre elas, o Jornal de Notícias, o Jogo e a TSF.
"Os acionistas não deixarão de recorrer a todos os meios ao seu dispor para exercer os direitos legais e contratuais que lhes assistem e, bem assim, de tudo fazer quanto estiver ao seu alcance para restaurar a credibilidade do GMG e das suas marcas, honrando a história do Grupo e de todos aqueles que diariamente dão o seu melhor por um jornalismo de excelência", garantem.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social também já emitiu uma nota sobre a situação no GMG, onde insiste que pediu "esclarecimentos adicionais" sobre as "obrigações de transparência da titularidade, de modo a esclarecer dúvidas relativas à propriedade e responsabilidade pelo controlo deste grupo de média".
O regulador fala em "apreensões sérias" no que respeita à "preservação do pluralismo" no panorama mediático português.
"A grave perturbação que atinge os órgãos de comunicação social que constituem o grupo, entre os quais se encontram vários meios históricos e de referência, suscita apreensões sérias do regulador ao nível da preservação do pluralismo no sistema mediático nacional", lê-se no comunicado.
A ERC assevera ainda que "está a prosseguir todas as medidas que entende serem úteis e adequadas, no exercício estrito das suas competências de regulação e supervisão".
Esta quinta-feira, a administração do GMG assumiu não ter "condições" para pagar os salários de dezembro. Mais tarde, o Ministério da Cultura emitiu uma nota em que sugere ao grupo que pague aos trabalhadores ou, em alternativa, que acione o fundo de garantia salarial.