Governo e troika acordaram um pacote de 78 mil milhões de euros, que não mexe nos 13º e 14º mês. Sócrates frisa que as medidas são «essencialmente as mesmas do PEC4».
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José Sócrates pouco disse sobre as medidas que vão fazer parte do acordo e concentrou-se antes naquelas que ficam de fora: «O acordo que o Governo conseguiu não mexe no 13º mês nem no 14º mês nem os substitui por nenhum título de poupança».
Nem da população activa, nem dos reformados, acrescentou, dizendo também que o acordo «não tem mais cortes nos salários da função pública, não prevê a redução do salário mínimo e não corta nas pensões acima dos 600 euros, mas apenas nas mais altas, acima dos 1500 euros».
«Tal como estava previsto no PEC4», sublinhou Sócrates, que, aliás, fez questão de frisar que as medidas são essencialmente as mesmas «com maior aprofundamento e com maior detalhe», em particular nas medidas para os próximos dois anos.
De acordo com o que fonte oficial do Governo divulgou depois, o acordo é para um empréstimo de 78 mil milhões de euros, incluindo já o valor destinado à banca, caso seja necessário. O programa será aplicado a três anos, alargando para 2013 o prazo para a redução do défice para os 3%.
Em clima de pré-campanha eleitoral, José Sócrates usou o último slogan do PS: «Defender Portugal» para definir o acordo com a troika: «Este é um acordo que defende Portugal».
Mas «não há programas de assistência financeira que não sejam exigentes», admitiu Sócrates, e por isso, nas palavras do primeiro-ministro, os tempos são de «esforço e de trabalho».
Agora, fez questão de lembrar, segue-se a consulta da troika aos partidos da oposição.
«O país espera que desta vez prevaleça o sentido das responsabilidades e do superior interesse nacional», atirou, frisando que «deve prevalecer o sentimento de confiança» em relação ao futuro do país.