À TSF, João Casimiro, presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, adianta que há possibilidade de novas greves a partir do início de julho.
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A adesão à greve de 24 horas dos trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (RL) para reivindicar aumentos salariais rondava, por volta das 08h00 desta quarta-feira, os 65 a 70%, disse à TSF fonte sindical.
"Estamos a apontar para uma percentagem à volta dos 65% a 70%. Tivemos uma quebra, uma vez que houve um sindicato, que é afeto à Fectrans, que boicotou a nossa luta. Infelizmente, o sindicato teve uma atitude menos correta com os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa", lamenta João Casimiro, presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, em declarações à TSF.
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O sindicalista não exclui a possibilidade de novas greves na Rodoviária de Lisboa a partir do início de julho.
"Os trabalhadores estão firmes para levar a cabo esta luta, que é uma luta dura, as pessoas perdem dias de trabalho, mas estão firmes. No dia 1 de julho é quando começa a empresa a funcionar com a AML. Se não for dada nenhuma informação para nos reunirmos ou termos algum avanço nestas negociações, à partida, no dia 1 de julho, vamos estar novamente em greve e se calhar vão ser mais dias. Os trabalhadores estão a pensar em fazer mais dias de greve a partir de julho, mas ainda vamos reunir em plenário e decidir isso entre todos", adianta.
De acordo com as declarações de João Casimiro à agência Lusa, as revindicações dos trabalhadores são as mesmas das anteriores paralisações, ou seja, é pedido um aumento salarial para 750 euros, de forma a "compensar o salário mínimo".
Atualmente, o ordenado médio de um trabalhador da RL é de cerca de 700 euros (brutos), enquanto o ordenado mínimo nacional é de 705 euros.
A greve, convocada pelo Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL), teve início às 03h00 desta quarta-feira e termina às 03h00 de quinta-feira.
Esta é a 13.ª paralisação que os motoristas da RL realizam desde julho do ano passado, tendo a mais recente greve sido feita em 02 de maio, altura em que também foi apresentado um pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário para o mês de maio.
Segundo João Casimiro, desta vez não foi apresentado um pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário "para a empresa não ter a desculpa" e alegar que, havendo greves marcadas, os trabalhadores não querem negociar.
O representante disse ainda que o sindicato não marcou mais paralisações por esperar que a empresa entre em contacto para voltarem à mesa das negociações.
Entre as reivindicações dos trabalhadores encontram-se ainda a atualização do salário dos demais trabalhadores na mesma percentagem do que os dos motoristas, a atualização do subsídio de refeição nos mesmos termos percentuais do aumento do salário dos motoristas, a redução do intervalo de descanso para o máximo de duas horas e a valorização da carreira da manutenção.
Em julho, a RL vai passar a integrar a recém-criada Transportes Metropolitanos de Lisboa, que operará nos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa.
Atualmente, a Rodoviária de Lisboa, empresa de transporte rodoviário de passageiros, opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes.