Adesão à vacinação contra a Covid-19 cai 20%. Farmácias falam em "hesitação" ou mesmo "recusa" vacinal

Neste ano de 2025, apenas 1.300.000 pessoas escolheram vacinar-se, quando o objetivo era chegar ao 1.500.000
Artur Machado/Global Imagens (arquivo)
À TSF, a presidente da Associação Nacional das Farmácias, Ema Paulino, adianta ainda que o stock de vacinas contra a gripe vai ser reposto nas farmácias "nos próximos dias"
A adesão à vacinação contra a Covid-19 caiu 20% nesta época vacinal, em comparação com o ano passado. Em contrapartida, no que diz respeito à gripe, já foram administradas 2.400.000 doses, sendo esperado que este número possa aumentar em breve.
O anúncio é feito na TSF pela presidente da Associação Nacional das Farmácias. Ema Paulino explica que este ano houve uma "maior hesitação" ou até mesmo "recusa vacinal".
"Queremos sensibilizar a população é de que a Covid continua a infetar e continuamos a ter mortalidade associada a infeções de Covid", sublinha.
E sublinha, neste sentido, que ainda existem "muitas vacinas" disponíveis nas farmácias para administrar. Neste ano de 2025, apenas 1.300.000 pessoas escolheram vacinar-se, quando o objetivo era chegar ao 1.500.000. Existem, contudo, "algumas semanas pela frente" que poderão permitir uma aproximação ao número pretendido.
"Observa-se uma redução de 20% em relação ao ano passado, mas ainda estamos em plena campanha e esperemos conseguir sensibilizar a população para aumentar estes números", apela.
Já no que diz respeito à vacinação contra a gripe, Ema Paulo adianta que o stock vai ser reposto nas farmácias nos próximos dias. Este ano, já foram ultrapassadas as 2.400.000 vacinas administradas.
"Sabemos que existe ainda uma quantidade [de vacinas] que irá ser distribuída agora nos próximos dias. De qualquer forma, estimamos que o grosso da população elegível já se tenha vacinado neste momento", revela.
As vacinas serão distribuídas pelas farmácias a nível nacional, sendo que o objetivo aqui é conseguir vacinar 2.500.000 pessoas contra a gripe. Isto significa que, neste momento, a campanha de vacinação já estão "numa fase muito avançada".
"Normalmente, o grosso das vacinas são administradas nas primeiras semanas. Tivemos um reforço nas últimas semanas devido também à comunicação que se fez de sensibilização para a população se vacinar e, portanto, eu diria que quem se quis vacinar e está efetivamente inserido nestes grupos de risco já o fez ou poderá fazê-lo ainda durante esta semana", refere.
A presidente da Associação Nacional das Farmácias reconhece ainda que a nova estirpe da gripe é mais infeciosa. Afasta, porém, motivos para alarme, e nota que, quem escolhe vacinar-se, está sempre mais protegido do que quem não o faz.
"Quem se vacinou contra a gripe estará sempre mais protegido e reduzirá significativamente as complicações decorrentes da gripe. Mas aquilo que reparamos e aquilo que nos têm dito os epidemiologistas é que existe uma facilidade de transmissão mais elevada, portanto, mais pessoas podem ser infetadas e terem gripe. Mas não se observa também uma gravidade em termos da doença que justifique alarmismo", assegura.
O melhor é mesmo promover a adoção das medidas mais conhecidas, que passam por uma boa higiene respiratória e a vacinação dos grupos de risco,
A campanha de vacinação contra a Covid-19 e contra a gripe arrancou a 23 de setembro nas farmácias portuguesas. Apesar das garantias de que haveria vacinas para todos, houve falta de stock das vacinas contra a gripe nas últimas semanas.

