O estudo "25 Anos de Portugal europeu" revela uma história de «avanços, interrupções e recuos». O país recebeu 81 mil milhões de euros em fundos comunitários até 2013.
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O estudo "25 Anos de Portugal europeu", apresentado hoje pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), revela que nem os 81 mil milhões de euros enviados pela União Europeia desde 1989 evitaram uma história que se deve descrever como um «semifalhanço».
O trabalho foi realizado pela consultora Augusto Mateus & Associados para a FFMS e sublinha que em algumas coisas melhorámos: por exemplo, na saúde, educação ou proteção social.
O estudo afirma que, para quase todos os portugueses, o nível de vida evoluiu de forma positiva. O problema é que essa melhoria não foi sustentada.
Em várias áreas estagnámos ou até andámos para trás. Na economia, o país teve «avanços, interrupções e recuos».
Na prática, defende o estudo, «apesar de muitas realizações positivas, não pode deixar de ser considerada a história de um semifalhanço nacional e europeu: o tempo de uma geração não foi suficiente para tirar Portugal da condição de 'país da coesão'».
O estudo conclui ainda que, entre 1989 e 2011, Portugal recebeu 81 mil milhões de euros de fundos comunitários, mas esse dinheiro não levou o país a ter «mudanças estruturais» que levassem a um progresso sustentado.
O documento sublinha que os milhares de projetos desenvolvidos nestas duas décadas tiveram pouca coordenação e geraram «muitas vezes repetição e desperdício». Certos custos de manutenção foram substimados. Apostou-se demasiado no betão e pouco numa mudança estrutural do país, esquecendo-se a competitividade da economia.
Em resumo, dizem os autores do trabalho, «a evolução da sociedade e da economia portuguesa ilustra um semifalhanço na convergência real à escala europeia».
O estudo sobre os 25 anos de Portugal na União Europeia está amplamente desenvolvido esta manhã nas páginas do Diário de Notícias que vai continuar a divulgar, até setembro, as 600 páginas deste trabalho.