Administradores hospitalares pedem mais detalhes sobre transferência forçada de obstetras para Almada
Em declarações à TSF, Xavier Barreto defende que é preciso concentrar as urgências da Margem Sul de Lisboa num único hospital, para melhorar o acesso à saúde
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O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, entende que precisa de perceber melhor as medidas do Governo para as urgências do Barreiro para dizer se concorda ou não com as mesmas. O jornal Expresso escreve, esta sexta-feira, que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, quer transferir médicos "à força" das urgências de obstetrícia do Hospital do Barreiro, para garantirem esse serviço no Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Ouvido pela TSF, Xavier Barreto insiste que precisa de mais detalhes para avaliar a ideia do Governo, mas quer acreditar que a ministra da Saúde vai ouvir os médicos antes de tomar qualquer decisão. “Estou convencido de que a ministra vai, primeiro, encetar esse diálogo, até porque estou convencido de que as equipas querem contribuir para esta solução”, elabora, ressalvando, porém, que não sabe se a medida vai ser aplicada nos termos exatos em que jornal Expresso a descreve. “Tem de ser perguntado ao Ministério”, defende.
O presidente da associação destes profissionais insiste ainda que o debate devia ser outro, defendendo que, para melhorar o acesso à saúde, é preciso concentrar as urgências da Margem Sul de Lisboa num único hospital, como propõe o Governo. “Recuso-me a colocar a questão em termos de contar quilómetros”, referindo-se ao regime de dedicação plena, segundo o qual alguns médicos estão obrigados a trabalhar em urgências que distem até 30 quilómetros do hospital a que pertencem.
O Ministério da Saúde adianta ao Expresso que esta medida vai concretizar-se quando for feita a concentração em Almada dos cuidados urgentes para as grávidas da Península de Setúbal. Garante ainda que o despacho só precisa da assinatura da ministra para avançar, não estando dependente de quaisquer negociações.
O Expresso acrescenta que a medida já foi tentada no passado, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, acabando com sete obstetras a despedirem-se do SNS, ao fim de um mês, incluindo chefes de equipa da urgência.
