Advogado da família de homem atropelado por carro do MAI estranha faixa onde aconteceu acidente
Representante da família detalha as três dúvidas que existem sobre o acidente: faixa, falta de marcas de travagem e velocidade.
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O advogado da família do trabalhador atropelado a 18 de junho na A6, perto de Évora, pelo carro onde seguia o Ministro da Administração Interna, diz que a viatura circulava numa faixa onde não devia, estranha a falta de marcas de travagem e garante que as obras estavam bem sinalizadas, contrariando o que foi dito em comunicado pelo ministério.
Em declarações à TSF, José Joaquim Barros afirma que havia uma carrinha com uma luz sinalizadora das obras, o funcionário estava com um colete refletor e a via tinha "pelo menos um quilómetro de excelente visibilidade".
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O advogado não percebe, igualmente, como é que este trabalhador de uma empresa que realizava trabalhos de manutenção foi colhido na faixa da esquerda pois existia uma faixa no lado direito "onde os carros devem circular, a não ser quando estão a ultrapassar, o que não era o caso, ao que parece".
O representante da família admite, contudo, que é preciso ter acesso a uma série de elementos para ter certezas.
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Como as obras estavam sinalizadas, José Joaquim Barros garante que o limite de velocidade deveria ser mais baixo que o normal numa autoestrada e "não se consegue perceber como é que nestas circunstâncias não há no local o mais pequeno indício de travagem ou de qualquer outra reação do condutor".
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O representante da família diz que não quer especular sobre o assunto, mas confirma que o cenário que encontrou e que descreve leva a pensar, de forma "evidente", que podia existir excesso de velocidade, mas primeiro será preciso esperar por uma peritagem que confirme essa ideia.
Recorde-se que o Ministério Público abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do trabalhador, "como sempre acontece neste tipo de situações", ou seja, em acidentes rodoviários com mortos.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) abriu igualmente um inquérito interno sobre as circunstâncias em que foi prestado o socorro.
O sinistro está em investigação pelo Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação (NICAV) de Évora da GNR.