Criada há dois meses, a bolsa de advogados voluntários para ajudar os cidadãos ucranianos tem mais de 1500 inscritos.
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São mais os advogados inscritos do que os pedidos que têm chegado à Ordem, por parte de cidadãos ucranianos.
Para ajudar quem foge da guerra, a Ordem dos Advogados (OA) criou, há dois meses, uma bolsa de voluntários, que conta com 1548 inscritos. Um número elevado, que surpreendeu o presidente do Instituto de Acesso ao Direito da Ordem dos Advogados, Silva Cordeiro.
"É verdadeira e agradavelmente surpreendente", afirma, "Temos capacidade para poder responder a mais solicitações do que foram colocadas." O advogado, membro do Conselho geral da OA, receia que, nos próximos meses, aumente o número de pedidos de apoio jurídico por parte dos cidadãos ucranianos. "É um palpite", realça Silva Cordeiro, notando que podem chegar a Portugal cidadãos ucranianos que, nesta altura, se encontram na Polónia, Eslováquia, Hungria e Roménia.
Entre os pedidos de apoio recebidos pela OA estão os casos mais variados: desde a "escola para os miúdos, condições para o contrato de trabalho, para viajar, até preocupações com as condições sanitárias, passaporte biométrico, vistos, fiscalidade".
Silva Cordeiro admite que a língua "é um desafio" no apoio prestado pela OA, que conta com a ajuda de tradutores ucranianos. Contudo, garante que são tomadas todas as cautelas no tratamento da informação sigilosa.
A OA funciona como um "entreposto" na ligação entre os voluntários e os ucranianos que pedem apoio.
Têm sido "largas dezenas" de solicitações, sobretudo, por parte de jovens ucranianos.