Aeronaves "têm ajudado muito" no combate ao fogo. Ponte da Barca ativa Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil
Em declarações à TSF, o autarca de Ponte da Barca defende que a ajuda das aeronaves está a aliviar a situação e refere que a câmara municipal decidiu ativar o PMEPC depois de um domingo muito complicado no terreno
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A Câmara de Ponte da Barca acionou esta segunda-feira, às 00h00, o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil (PMEPC) devido ao incêndio que deflagrou no sábado no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).
“Informa-se a população que se encontra ativado o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ponte da Barca, devido às ocorrências de incêndios no concelho, desde as 00h00 de 28 de julho de 2025”, de acordo com a lei, lê-se na publicação do município na sua página na rede social Facebook.
De acordo com aquela legislação, “todos os cidadãos e demais entidades privadas estão obrigados, no território continental, a prestar às autoridades de proteção civil a colaboração pessoal que lhes for requerida, respeitando as ordens, orientações e solicitações que lhes sejam dirigidas, correspondendo a recusa do seu cumprimento ao crime de desobediência”.
O fogo que deflagrou no sábado no lugar de Parada, freguesia do Lindoso, e segue em direção a Ermida e Lourido, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, estava, pelas 11h00, a ser combatido por mais de 260 bombeiros e dez meios aéreos - com ajuda de aeronaves espanholas. Em declarações à TSF, Augusto Marinho, presidente da câmara municipal de Ponte da Barca, defende que a ajuda das aeronaves está a aliviar a situação.
"A chegada dos meios aéreos, que são indispensáveis neste tipo de combate, tem ajudado muito. Os meios estão empenhados, estão no terreno, os meios aéreos estão a atuar e, portanto, vamos aguardar que se consiga vencer este fogo", afirma o autarca, sublinhando que a câmara municipal decidiu ativar o PMEPC depois de um domingo muito complicado no terreno.
"O dia de ontem [domingo] foi mesmo muito preocupante e a noite indicava que iríamos ter um dia também muito difícil, uma vez que a frente ultrapassou a montanha e dirigia-se para outras aldeias. Foi necessário tomar medidas no sentido de criar as condições para que este combate se possa fazer de uma forma cada vez mais eficiente", explica.
Augusto Marinho revela ainda que já recebeu um telefonema de Marcelo Rebelo de Sousa, que quis saber de uma situação muito difícil. "É muito complicado, o terreno é muito acidentado, temos tido vento e temos de estar sempre muito cautelosos nesta ação que estamos a desenvolver contra este incêndio. Queria deixar uma palavra de muito agradecimento ao senhor Presidente da República, que ainda há pouco acabou de me ligar, e ao senhor secretário de Estado da Proteção Civil. Temos tido um contacto permanente e tem ajudado muito na operacionalização dos meios e, portanto, deixar-lhes aqui uma palavra de muito agradecimento, mas também - e sobretudo - aos nossos bombeiros voluntários que têm tido aqui um trabalho difícil, mas de muita competência", acrescenta.
Já em declarações à agência Lusa, o comandante Marco Domingues, do Comando Sub-Regional do Alto Minho, adiantou que o fogo “tem duas frentes ativas, ainda não chegou a Lourido, que existe esse risco, mas que há meios no terreno a tentar evitar que isso aconteça”.
“Há duas povoações, Ermida e Froufe, que estão na linha de fogo e que são preocupantes, mas já estão posicionados meios de proteção”, referiu.
Segundo Marco Domingues, “as duas frentes ativas lavram em zonas inacessíveis”, sendo que o combate é dificultado “pelo vento forte, orografia e inacessibilidades”.
“Temos recorrido à estratégia de combate apeado, com combinação de meios aéreos”, destacou, adiantando não haver previsão para ter o incêndio dominado face às condições meteorológicas que “tendem a ser complexas”.
